Senhoras e senhores:
Não quero ser nem o repórter que anuncia um furo (notícia em 1ª mão), nem parecer a autoridade que convoca a população para falar sobre melhoras na Vida da Nação e, menos ainda, o profeta que comunicará, com a necessária ênfase a erradicação do diabetes da face da Terra.
Anseio anunciar agora – e para isso peço, a sua atenção neste momento – fato tão especial, mas tão especial mesmo, que supera tudo o que possa ser criado para despertar qualquer Pessoa, Equipe, País ou Continente.
Quero lhes falar da entrada em ação de um remédio poderosíssimo, capaz de mudar a noite em dia, passível de unanimidade em todos os lugares onde exista alguém que respire e pense, em todas as distâncias onde possa haver gente com no mínimo dois neurônios em trabalho de parto – chamemos de “brain-storm, ou tempestade cerebral” – ou se quiserem, apelidem de “remédio para motivar modificações de mesmices”.
Já testado no Brasil, no mínimo em dez oportunidades, todas elas com resultados muito superiores ao que se esperava, a partir deste ano de 2012, passará a ser aplicado em nosso país, no mínimo mensalmente, um poderoso, inigualável motivador cerebral, capaz de fazer 200 milhões de pessoas se motivarem, forçar a discussão de leis discutíveis, provocar passeatas gigantescas e entusiastas, um remédio que pode levar as pessoas a falar contra si mesmas e revelar “quanto levaram” em negócios escusos ou a quantidade que haviam bebido antes de matar uma família inteira, trocando o freio pelo acelerador.
Senhoras e senhores:
Aprovado nos já citados testes a que foi submetido, estará em uso, a partir de agora o remédio CPI dos Mudos na televisão, até hoje utilizado para obter uma série de resultados, inclusive promover alguns po-líticos e partidos, além de proteger eventuais criminosos do julgamento dos espectadores e dos próprios participantes das CPIs, incapazes de fazerem mudos falarem, pela própria falta do Divino Poder.
Para facilitar um ganho de popularidade ao mencionado remédio, é bom que se diga que sua história é semelhante à da Coca-Cola, em um ponto: criada para ser um xarope acessível a todos, por um pequeno erro de manipulação transformou-se no refrigerante mais vendido em todo o Mundo, há mais de um século.
Na trajetória da CPI dos Mudos na televisão, a cada vez que uma população é testada – por grupos sempre diferentes, mas com as mesmas origens – obtém-se uma revolta tão grande de qualquer povo, mesmo o mais pacífico, que se continuarem distribuindo outras doses desse verdadeiro purgante fantasiado de vitamina, obterão tão somente as respostas merecidas, de um país que não gosta de ser provocado.
À seriedade e competência de uma Presidenta que, sempre atenta e justa, corresponde a expectativa, não se pode antepor um atentado com a “mudice” de culpados – quase sempre evidentes – um dos quais, na semana que passou, em “cascatas” de controlado riso pronunciou a frase que deprimiu e provocou a todos: “vou fazer como a Constituição manda(?), vou ficar calado”. Observação: a Constituição permite, não manda.
Quem for tomado (a) pela indignação, graças ao remédio já em uso, que se manifeste aos políticos que mereceram seu voto, com todas as forças permitidas por sua condição de brasileiro (a).
Se faltar tempo para organizar um discurso convincente, coloco à disposição uma frase para mostrar seu estado de espírito:
Até quando vai continuar essa brincadeira???