No começo da semana o governo federal anunciou novas medidas para estimular o crédito e consumo. É o sétimo pacote para enfrentar a crise internacional e, entre as medidas anunciadas, está a redução de impostos cobrados sobre a venda de veículos. Com a medida os empréstimos vão ficar mais baratos nos próximos três meses. Os carros nacionais até mil cilindradas vão ficar isentos de IPI. Acima de mil a duas mil cilindradas para modelos álcool e flex o IPI cai de 11% para 5,5% e de 13% para 6,5% se o carro for a gasolina.
É bom lembrar que os carros brasileiros estão entre os mais caros do mundo. Juntos, IPI, ICMs, PIS, Cofins, representam em torno de 27 a 36% no preço final do carro. Nos Estados Unidos este índice é de 6,1%; no Japão, 9,1%; na Alemanha, 16%, para dar alguns exemplos. Apesar de ser interessante e manter a economia aquecida, as sucessivas medidas de estímulo ao crédito, promovem consumo, mas não resolvem problemas culturais e de infraestrutura. O Brasil continua investindo muito pouco em reestruturação do parque industrial, na melhoria de mão de obra, no aumento da produtividade, em rodovias e aeroportos. Enquanto o governo brasileiro continua batendo recordes de arrecadação de tributos, o PIB cresce em proporção menor e o que é mais grave, em cima de endividamento de consumo. O brasileiro, embora neguem as autoridades econômicas, está endividado com a prestação da casa própria, do carro, da compra de eletrodomésticos, com viagens. Se tem impressão que mais cedo ou mais tarde esta bolha vai estourar. É o que alertam alguns especialistas.
Comprometimento à prova
Ao que tudo indica, a busca pelo apoio do presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Postal (PMDB), para intermediar uma audiência com Beto Albuquerque (Seinfra) com a intenção de garantir a emissão do termo de início para repactuação das obras na VRS-482 foi estratégica. E colocará à prova o comprometimento de Postal com vínculos políticos e eleitorais que possui na microrregião do Vale do Arroio Grande.
A indefinição dos vices
Deve ficar para as convenções partidárias no mês de junho o anúncio oficial do nome dos candidatos a vice para concorrer nas chapas majoritárias de Arroio do Meio. Nas últimas semanas as negociações entre os partidos evoluíram e o presidente do PMDB, Klaus Schnack garantiu que o vice na chapa do PMDB sairá do PT conforme foi acordado na eleição passada. Áurio Scherer ou Eluise Hammes são os nomes cogitados. Já na chapa do pré-candidato Danilo Bruxel,(PP) Gustavo Kasper confirmou que o nome deve sair do PDT, e é muito provável que o indicado seja o do professor Paulo Alécio Weizenmann. Já o PV está mantendo o nome em sigilo.
Além da preocupação para que o nome do vice venha somar numa composição, candidatos a prefeito estão levando em conta manter um bom relacionamento não apenas no período eleitoral mas durante o mandato. Na história política de Arroio do Meio, pelo menos nos últimos 20 anos tivemos vários casos de alianças em que a sintonia entre prefeito e vice não se manteve, com partidos diferentes. Na última dobradinha, entre Sidnei e Klaus, ambos do PMDB, tudo correu bem. “Estou feliz, disse o Klaus esta semana, mas vamos dar espaço para o PT, porque é o que foi acordado.”
Mudança nos pedágios
Ainda não foi batido o martelo sobre a nova forma de administração dos pedágios no Rio Grande do Sul. Por enquanto, o governo estadual, que prometeu fazer mudanças nesta gestão, está propondo a criação de uma estatal para incluir na administração os sete pólos gerenciados pela iniciativa privada e cujos contratos em vigor desde 1998 encerram na metade do ano que vem. Como todos os processos que envolvem órgãos públicos são demorados, certamente ainda haverá muitas discussões. Se no campo político o governo terá dificuldades, apesar da promessa de aplicar 90% dos recursos arrecadados em estradas, imaginem então se responsabilizar pela manutenção e construção de novas rodovias asfaltadas.
Seca e frio
Com uma economia bastante diversificada e com forte participação da indústria, a seca prolongada no final do ano passado e nestes últimos meses não trará tantos prejuízos para o comércio local. Mas mesmo assim é grande o número de agricultores e produtores de leite, que estão sofrendo com as perdas pela falta de chuva. Os custos acabaram não sendo compensados e os valores que representariam um lucro a mais deixam de circular pelo comércio. Outra preocupação dos lojistas é que estamos entrando na última semana de maio e o frio ainda não chegou pra valer.