No espaço da semana anterior, comentei sobre o anúncio do Plano Safra da Agricultura Empresarial, para o qual o governo federal está destinando em torno de R$ 115 bilhões. Na última quarta-feira, foi a vez da agricultura familiar ter a confirmação de um volume de R$ 22,3 bilhões para a Safra 2012/2013, representando um crescimento de 44% sobre os recursos reservados na safra passada.
A exemplo dos médios e grandes produtores, também a agricultura familiar tem hoje como um de seus maiores obstáculos a questão das dívidas existentes. Postulam uma renegociação das pendências, caso contrário, muitos agricultores não conseguirão acesso a novas linhas de crédito.
E por falar em agricultura familiar, líderes da categoria mostram-se descontentes com o tratamento que o governo do Estado está dando à mobilização denominada de O Grito da Terra. Segundo revelado pela Fetag/RS, de cinco pleitos encaminhados à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, nenhum foi respondido. Ao todo foram apresentadas 60 reivindicações a 11 secretarias de Estado, mais de 2/3 não foram respondidas. O presidente da Fetag considera o silêncio do governo como sendo “um vácuo de posicionamento”.
Sobre o Bônus Seca que o Estado propôs para os agricultores familiares que tiveram perdas na produção, em consequência da estiagem, há um fato a comentar. Agricultores de vários municípios estranham o fato de terem que pagar R$ 10 reais para encaminharem a sua habilitação. Multiplicando esse valor pelo total dos interessados, chega-se a dados bem substanciais.
Argentina volta a comprar carne suína
A barreira que o país vizinho havia imposto no mês de fevereiro à compra de carne suína brasileira teve um final feliz nesta semana. Um acordo, de nível governamental, restabeleceu os laços comerciais envolvendo este produto e no segundo semestre deste ano um total de 27 mil toneladas deverão ser destinadas à Argentina.
A quantidade que tornará a ser comercializada é idêntica a que vinha se registrando até então. Em que pese este aspecto positivo, em absoluto este fato representa uma solução para a crise que atinge o setor da suinocultura brasileira.
No estado de Santa Catarina, hoje a decretação de situação de emergência considerando o colapso em que a atividade se encontra, consequência do excesso de produção e a redução e restrições na comercialização. No Rio Grande do Sul, o quadro não é, em nada, diferente e os produtores estão sendo convocados para uma mobilização, em Brasília, no dia 12, quando tentarão sensibilizar o governo quanto à necessidade de medidas urgentes em proteção a uma atividade econômica muito importante no contexto da pequena propriedade rural.
Projeto piloto / cooperação
Desde a sua implantação, o projeto piloto de combate e erradicação de brucelose e tuberculose tem se mostrado uma ação de cooperação entre os municípios da Comarca. Para o êxito final, tem que ser assim mesmo. Pois, ontem, reuniram-se, em Travesseiro, equipes das secretarias de Agricultura desse município e de Arroio do Meio, tentando solucionar os problemas que até agora têm inviabilizado a concessão dos certificados aos cerca de mil produtores arroio-meenses. Nas demais localidades, o processo está mais avançado, enquanto aqui ocorrem alguns entraves. A torcida é que desta vez dê certo ou pelo menos seja tornada pública a razão das frustrações.