Fazendo jus à História dos países, especialmente daqueles cuja vida não chega ainda a perder-se na estrada do Tempo (caso da Grécia, Egito, China, etc), o Brasil vive hoje uma realidade capaz de deixar cada brasileiro quase sem explicação sobre o que escrever a respeito dele, por exemplo.
Na verdade, ninguém duvida que precisamos de um sem-fim de palavras para descrever nosso país, todos estamos convencidos de que esta é a pura verdade de um “Continente” que vai do zero ao infinito em matéria de aspectos vivenciais, que carece de palavras de significado diferente entre si, para expressá-lo. Isso qualquer leitor poderá concluir, bastando, para tanto, prestar atenção nos diálogos de rua que acompanha aqui no RS, por exemplo.
Começa que vivemos em um país relativamente novo, em especial se compararmos com os que estão sofrendo o drama da “queda das moedas no Mercado” (Grécia, Espanha, Portugal) só para pegarmos três exemplos.
Por falar em exemplo: uma hora estacionado em uma rua movimentada em Porto Alegre, com o vidro do carro semi-aberto, valeu a um amigo a certeza de que o mundo está a caminho da demência. “Passaram por mim cerca de 30 a 40 pessoas conversando sobre o que anda aconte¬cendo e posso jurar que mais da metade delas falaram de “O Brasil está assumindo um lugar de destaque no Mundo” até “estamos indo depressa demais rumo ao caos”, falou-me ele, denunciando uma certa preocupação.
Não vamos muito longe: quem assina 2 jornais por dia e assiste 2 Tvs também diariamente, só pode pensar que “do jeito que está, não dá mais: ninguém se entende direito”.
Como sei que isso se passa em todos os recantos onde existem pessoas que falam sobre sua atualidade, seus professores, seus medos, suas verdades e investimentos, suas expectativas e discordâncias, quero referir uma frase do poeta e escritor francês Paul Valery, que viveu parte de sua vida no século XIX e parte no século XX. Valery colocou no papel uma frase que pode ser considerada desafiadora, pelo que faz qualquer um pensar, antes de entendê-la, ou, pelo menos, antes de acostumar-se a ela.
Escreveu ele: “O que separa a alma do corpo não é a morte, é a vida”, frase que, para começar, arranca qualquer um de sua “situação de discordância” e o faz sair em busca de uma explicação definitiva.
Por que estou escrevendo sobre isso?
A melhor forma de ver “como o Brasil está se dando com a vida” é informar-se mais sobre tudo o que ocorre, na economia, nos projetos de crescimento, nas iniciativas de construir para receber a Copa, nas reuniões que ocorrem para proteger a natureza, nas notícias que dão conta das greves quase semanais, enfim, utilizar mais e melhor os veículos de comunicação.
Você, leitor, vai se surpreender ao ver que, no imenso desentendimento que existe em cada linha que trata sobre o futuro, existe uma explicação definitiva: o que está mais aumentando, no Brasil, hoje, é o número de pessoas que começou há pouco – ou, quem sabe, ontem – a ter opinião sobre as coisas que antes desconhecia. Como diria Valery: “ a vida está fazendo os vivos incomodarem os mortos”.
Quer saber? Ter opinião incomoda. Incomode! Mostre que você está vivo!!!