Pela regra geral, partidos menores se aliam aos grandes para ganhar representatividade. O PV de Arroio do Meio, fundado no ano passado está sustentando uma tese diferente. Não se curvou ao assédio dos partidos tradicionais e manteve a coerência no sentido de buscar seu espaço pelas próprias pernas para as eleições municipais. Durante a semana recebemos a visita do candidato a prefeito, o funcionário público concursado, Lúcio Roque Bersch e seu vice, o gerente comercial Vitor Mallmann. Bersch tem mais de 30 anos de serviço público. Foi vereador e ocupou além de tesoureiro cargo de secretário e militou anteriormente no PMDB, PP e PT. Nesta jornada, junto com seu vice que vive sua primeira ex-periência política, o partido acredita que faz a diferença pela coragem do grupo ter assumido esta caminhada sem se apoiar na estrutura de partidos maiores e abrindo espaço para formação de novos líderes políticos e comunitários. Nas visitas, os verdes têm percebido que de um modo geral os eleitores expressam insatisfação com falta de zelo público, com ações simples e detalhes que poderiam ser resolvidos com pouco mais de vontade política, sem muitos recursos, como calçadas de passeio arrumadas e adequadas para mães que passeiam com seus bebês ou para cadeirantes. Nas visitas, o partido continua levantando sugestões para a formalização do seu Programa de Governo, porém, reforça e defende algumas ações urgentes como acabar com as filas para as fichas nas madrugadas em frente ao Posto de Saúde.
Baixo nível do ensino
A nota do Ensino Médio diminuiu em nove estados brasileiros em 2011, comparado aos dados de 2009. Os índices foram divulgados na última terça-feira pelo Ministério da Educação e constam do relatório do Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. O que preocupa é que o Rio Grande do Sul, um estado que historicamente sempre gostou de se orgulhar da sua condição de educação e cultura privilegiada, vem sistematicamente apresentando desempenhos negativos na educação e em outros setores. Incluem a lista dos que apresentaram os piores índices no Ensino Médio, o Acre, Maranhão, Espírito Santo, Pará, Alagoas, Paraná e Bahia.
No caso do Rio Grande do Sul, a média do Ensino Médio em 2009 era de 3,9 e agora em 2011 diminuiu para 3,7, a mesma média do Brasil. Já para as últimas séries do Ensino Fundamental, enquanto que a média do Brasil ficou em 5,5, apenas atingimos 4,4. A realidade em nossa região também deixa a desejar. Arroio do Meio aparece comparativamente bem entre outros municípios com 4,7 na séries finais do EF e com 5,9 na séries iniciais do EF, mas podemos avançar.
Notícias neste sentido causam impacto negativo. E o que preocupa é que algo precisa ser feito, uma vez que a educação é um processo de médio e longo prazo.
Li um artigo escrito pelo professor Michel Aires de Souza, no qual, de forma suscinta, ele aponta cinco causas para nossos problemas na educação. Segundo ele, as políticas pedagógicas que se sustentam na progressão de avaliação continuada do aluno desestimulam aluno e professor. O aluno não precisa se esforçar para passar de ano, porque vai passar igual. O fato da nota do professor não ter tanto valor, instaura a indisciplina. A escola é um ponto de encontro, de namoro, de sociabilidade, ao invés de ser ambiente de formação e estudo. Em segundo lugar, ele aponta causas estruturais que vão desde má conservação e construção inadequada dos prédios até falta de estrutura de material e ambientes acolhedores: bibliotecas, salas de vídeo, sala de ginástica e outros materiais. O ambiente é chato e desagradável. O fator social também influencia. Os problemas da escola refletem as contradições da sociedade. Muitas famílias não têm condições de acompanhar o estudo dos filhos. Em quarto lugar, ele aponta as políticas salariais e valorização do professor, e em quinto lugar as causas seriam culturais: a família e sociedade não faz cobranças. Nas escolas públicas, não há colegiados ou grêmios estudantis atuantes.