Cada eleição tem características próprias que envolvem alianças formalizadas com partidos, candidatos, simpatizantes, coordenadores, marqueteiros… O clima muda de um município para outro, influenciado em primeiro lugar pela história e processo político eleitoral recente ou não, em andamento. Mas também há fatores aleatórios aos agentes políticos mais envolvidos diretamente que podem ser tanto externos ( conjuntura política e econômica nacional e estadual vigente ) quanto internos (locais) que passam pelo perfil das candidaturas e pelo nível de satisfação ou frustração da população do município no período da campanha eleitoral.
Acompanho eleições municipais aqui de Arroio do Meio há mais de 30 anos e a 43 dias do pleito, seguramente, esta é a campanha mais morna, pelo menos por enquanto. Os tradicionais comícios, carros adesivados e de som com jingles andando pelas ruas, placas pedindo apoio deste ou daquele candidato, debates e embates calorosos entre amigos, vizinhos, colegas, que contribuíam para anunciar que a cidade estava vivendo em clima eleitoral são tímidos. É bem verdade que às vezes havia um pouco de exagero, porém, este clima alegre que contagiava, adultos, jovens e crianças, e que provocava o interesse do eleitor em torno das propostas dos candidatos está fazendo falta. A campanha eleitoral municipal é um extraordinário exercício democrático e esta visibilidade ou coragem de assumir posições públicas em favor de um ou outro candidato é positiva. Tenho conversado com algumas pessoas envolvidas na campanha e o que elas têm me dito é que há certo temor. Muitos não querem se comprometer. Têm medo de perder uma vantagem no presente ou futuro. Não querem ser pressionadas. Ou simplesmente, vivem seu dia a dia de forma independente. São pessoas que têm o seu tempo tomado pelos compromissos com o trabalho, família, escola e comunidade. Não estão nem aí para quem vai ganhar a eleição (ou consideram todos do mesmo nível). Mas qualquer posição ou omissão mais cedo ou mais tarde terá seus reflexos, porque afinal das contas futuros prefeitos e vereadores vão administrar a cidade com os recursos que nós geramos. Quanto menos nos envolvermos, mais poder damos a quem nos governa. E, sem controle, participação e fiscalização o terreno fica propício para que ocorram irregularidades e corrupção.
Debates
Candidatos à majoritária de Arroio do Meio já participaram de debate na Rádio Independente e Emoção FM, que foi no último domingo. Tem novos debates marcados e as coligações estão sendo convidadas para novas rodadas por instituições como Cepram, Núcleo de Cultura entre outras. Os coordenadores de campanha acordaram entre si de que não vão atender todos os convites priorizando as entidades locais.
Medo e dúvidas
Outro fator que está contribuindo para que a campanha esteja “engessada” é a série de dúvidas em relação à interpretação da legislação eleitoral. Coordenadores, assessores jurídicos, marqueteiros, candidatos, têm dúvidas sobre o que podem ou não fazer. E, o medo paralisa. Quem perde é o eleitor.
Corpo a corpo
O fato da campanha estar silenciosa não quer dizer que os candidatos estejam dormindo no ponto. Tem candidato experiente que sabe fazer bem as contas Sabe quem visitar primeiro e quem pode ser deixado mais para o final. Quantas visitas precisa fazer por dia, quantos votos confiáveis pode contabilizar depois de cada visita. Os coordenadores de campanha estão chamando estas visitas de qualificadas e que estariam trazendo melhores resultados do que comícios e reuniões públicas.
Voto a voto
Em Capitão, a campanha dos candidatos está intensa. As duas coligações estão buscando voto por voto.
Campanha barata
Aparentemente as coligações e partidos que estão em campanha estão evitando fazer maiores gastos com produtos e serviços que aparecem. Há quem garanta que nos bastidores “ a compra, com troca de favores e serviços” corre.
Violência e impunidade
Basta acompanhar as páginas policiais do AT, ou outros jornais e rádios para ver o crescente número de furtos e roubos. Em cidades pequenas ou grandes centros. Os criminosos estão cada vez mais ousados e frios. A falta de segurança preocupa. Como o problema é de responsabilidade do Estado não está sendo uma pauta prioritária para candidatos a prefeito ou vereadores. Porém, a sociedade não merece ficar refém dos bandidos. Carros são furtados em plena rua, à luz do dia. Bandidos entram em lojas, bares, restaurantes, mercados e bancos e assaltam à mão armada como ocorreu numa loja de joias na semana passada aqui em Arroio do Meio e esta semana em Lajeado. O pior é que a violência não é apenas contra o patrimônio. Também contra as pessoas. Na semana passada, um senhor de idade foi violentamente agredido em Bela Vista e obrigado a dar o seu dinheiro para o assaltante.
Este e outros cenários têm nos levado a refletir principalmente sobre o papel das instituições que vão desde a família e escola e no caso mais específicos das instituições que cuidam da segurança que envolve autoridades municipais, estaduais e federais: Polícia Civil, Brigada Militar, Poder Judiciário, Ministério Público.
Expoagas
Várias empresas da região estão participando de mais uma edição da Expoagas, entre as quais as arroio-meenses, Girando Sol, Elev Cosméticos, Minuano, Vonpar Alimentos. São também regionais a ABC Importadora, Biscobom, DiHellen, Florestal e Boavistense, Languiru, Fruki, A.C. Muller, Gota Limpa e Centralsul que está transferiando sua nova unidade industrial para Arroio do Meio até o final do ano. A Expoagas encerra hoje em Novo Hamburgo.