Sabe-se que a frase “o Brasil não é um país sério”, em realidade não foi dita por Charles De Gaulle e sim por um seu Ministro das Relações Exteriores, cujo nome é o que menos importa, agora. O que importa, mesmo, é que uma grande quantidade de coisas no Brasil é tratada com dois pesos e duas medidas. Por exemplo: quem lutou para sumariamente defenestrar (jogar pela janela) um Presidente, contra o qual não se provou quase nada e hoje figura entre os de “ficha limpa”, até agora está em dúvida para expulsar vários de seus integrantes, alguns dos quais dados por alguns julgadores do STF como envolvidos em mais de um crime.
Este início é apenas para mostrar que a rigidez do tratamento só vale quando a parte que merece as penas da Lei é a parte mais fraca. Idem, quanto aos benefícios, aí valendo só para os “abonados”, claro.
Vejamos o caso das greves: é o legítimo hino nacional da falta de respeito para com a Lei e que, em nome do “sagrado direito da classe trabalhadora lutar pelo que é seu”, em realidade vive humilhando e penalizando milhares, talvez milhões de necessitados que ficam à mercê de alguns poucos, percentualmente falando.
A greve é um direito do trabalhador, sim, como também é de sua obrigação prover para que os serviços essenciais – como os de Saúde, Transporte, Universidades Federais, Polícia Rodoviária, por exemplo, conti-nuem funcionando.
Isto raramente acontece e, nos últimos meses, a desativação dos serviços em várias Entidades, teve poucas providências no sentido de que essa paralisação fosse substituída por algo que permitisse menor sofrimento aos usuários. O que sempre tem sido levado em conta é o lado do servidor, especialmente público, que vê e defende as greves como sendo um legítimo direito seu. Só.
Acredito que isso não ocorrerá mais a partir de agora. Penso que a Presidenta Dilma Rousseff é diferente dos demais “negociadores”.
Tenho certeza que, dela, não se pode esperar que ofereça à negociação os dias parados, principalmente porque um dos esteios das greves, sempre foi “não trabalhou, será descontado”.