Todos sabemos que, a cada dois anos, o Brasil comemora a Democracia com o exercício do voto, que acontece quase sempre nos primeiros três ou quatro dias de outubro; e que, neste 2012, ocorrerá no dia 07.
Nesta data, um número bem superior a 100 milhões de eleitores comparecerá às urnas para exercer o seu direito ao voto – possibilitado pela Democracia – daí, o tratamento festivo que dou ao fato, já na chamada desta página.
Como todos também sabemos, outubro situa-se no esplendor da primavera, o que o tem tornado, em especial nos últimos anos, um mês visitado por chuvas de intensidade crescente.
Como se não bastasse este detalhe, a temperatura média no sul do país, por ter sofrido reduções significativas, obriga-nos a modificar hábitos e costumes tradicionais, em resposta aos desafios aos quais somos submetidos.
Mas não só as chuvas abundantes e demoradas e o frio, dito “de renguear cusco”, alteram o “clima” gaúcho no período do exercício do voto.
Também a insegurança de todos cresce a cada dia, tão logo as manchetes e notícias vão sendo conhecidas, após percorrer os espaços a elas destinados.
O termo “clima”, normalmente utilizado para referir condições de temperatura, precipitação pluviométrica e comportamentos da natureza, há um bom tempo é empregado para tratar de temas que envolvem, por exemplo, cuidados com a segurança e sua ausência – preocupação de todos – e, também, refletir os sentimentos que, em meio a tormentas de toda ordem, sobre nós se abatem.
Os “climas” que atuaram para prejudicar em boa parte a festa democrática deste ano, aqui no RS, têm muito a ver também com as frequentes inserções criminosas ao interior do estado, especialmente nos dois últimos meses, quando cerca de 10 municípios viveram o drama e a tensão de ataques a Bancos, prática que insiste em se fazer presente e reduz o entusiasmo dos moradores e, em especial, dos eleitores do interior.
É preciso reconhecer – e registrar – o esforço despendido pela Presidenta Dilma Rousseff, ao responder boa parte dos desafios, como escrevi, com iniciativas capazes de quase compensar a insegurança que assola toda uma região sempre ordeira e preocupada em trabalhar e produzir.
Não menos importante, quando falamos em “clima” do momento, nos é possibilitado pelo acesso aos produtores rurais e moradores de boa parte dos municípios gaúchos. A sua maior dificuldade – e o que deve também dificultar seu comportamento face à alegria do voto – é explicar a desilusão que sentem ao ver autoridades das quais sempre esperaram, ocupando situações nas quais ninguém gostaria de vê-los.
O desafio dos rigores do frio e das chuvas é amenizado pelas tentativas Presidenciais de dotar a todos de novas formas de acesso aos recursos necessários para produzir e viver.
É inquestionável que o gaúcho do Interior, neste período no qual o voto é importante e decisivo, sente-se mais fragilizado e inseguro que o gaúcho da Capital e Grande Porto Alegre.
Buscar demonstrar sua importância e valorizar suas demandas: aí está o que falta para que seu voto seja uma demonstração de fé e participação, nunca de dúvida ou descrédito.