De uma hora para outra, de forma surpreendente, milhares de pessoas foram às ruas. A maioria de forma pacífica, mas alguns com alvos definidos provocando baderna. Pontos de ônibus, carros, agências bancárias, sedes e centros de poder público, estavam entre os alvos. A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro foi uma das mais atingidas. Desde o Diretas Já e o Fora Collor é a maior onda de protestos que se propaga pelo país de Norte a Sul. Nas principais capitais e em várias cidades de porte médio e até pequenas, as manifestações pipocam contra a corrupção, partidos e políticos, gastos excessivos com a Copa, preço das passagens de ônibus, PEC 37 ( a que quer proibir o Ministério Público de investigar), aumento do custo de vida, e falta de investimentos em saúde e educação. Muitos líderes políticos, especialmente os que têm suas raízes de formação na esquerda têm minimizado os protestos, como se fossem manifestações normais em regimes democráticos. Não enxergam ou não querem enxergar que entre as motivações dos protestos pode estar a cobrança de uma nova forma de fazer política. Mais eficaz. E, que parte do povo, sem participação direta dos partidos.
Não se pode comparar as manifestações feitas no Diretas Já, ou mais recentemente com o Fora Collor, com as em curso. Aquelas tinham um objetivo claro e definido que foi alcançado. Nem comparar com os protestos dos países árabes e europeus, que apresentam realidades e necessidades diferentes da nossa. Mas é muito provável que os jovens que são maioria nas passeatas das capitais, tenham se inspirado nos eventos de fora. A única semelhança é o uso da extraordinária ferramenta da internet e suas redes sociais que colabora na mobilização.
Os protestos feitos nos últimos dias são muito difusos, porque há uma teia complexa de reivindicações que atingem principalmente a classe média brasileira, penalizada, com os altos impostos, ineficiência de serviços públicos, corrupção e ameaça de inflação. Pesquisa feita pelo DataFolha revelou que 71% dos que participaram dos protestos em São Paulo, estrearam na manifestação e 84% disseram que não tinham identificação com partido político.
Reflexos – As manifestações em curso, – já houve algumas no começo do ano em Santa Catarina, vão parar? Vão dar algum resultado prático? Por enquanto é difícil saber, mas como teremos eleições no ano que vem, poderão fazer parte do debate. Outra questão que nos parece importante salientar é que reflexos terão nos municípios, que atualmente são reféns do poder centralizador de Brasília. Temos capacidade de articulação para defender nossas próprias causas e bandeiras? Quando escrevemos o texto não tínhamos ainda a repercussão das mobilizações programadas no Vale do Taquari. A de ontem à noite em Lajeado, a programada para o sábado pela BR 386 de Estrela a Lajeado e em outras cidades próximas. Mas a indignação, a disposição de ir para a rua é o indício mais forte de que a sociedade não compactua com o que está aí.
Retorno futuro
Presente no evento, o prefeito Sidnei Eckert manifestou sua satisfação pelos investimentos que a Dália Alimentos está fazendo em Arroio do Meio, tanto em Palmas como nas instalações do supermercado ao longo da RS 130. Destacou a capacidade de rejuvenescimento da Cosuel ao longo dos 66 anos.
Um dos reflexos que está sendo sentido é a oferta de empregos para a população de Palmas, que mora nos arredores do empreendimento. Informação dada pelo prefeito durante a semana indica que uma comissão técnica está fazendo levantamentos detalhados sobre a projeção de retorno financeiro da indústria para Arroio do Meio para os próximos anos a partir dos investimentos já feitos e que estão sendo aplicados. A expectativa é de que como a marca Dália reúne e mantém forte credibilidade pela qualidade dos seus produtos e com a base de investimentos feitos em tecnologia os resultados futuros possam ser promissores com o retorno esperado.
A força das cooperativas
“Só o cooperativismo nos faz crescer. A afirmação é de Virgílio Frederico Perius, presidente do Sistema Ocergs Sescoop/RS, durante a inauguração de duas novas unidades de produção da Dália Alimentos, na planta industrial da fábrica de leite em pó em Palmas, Arroio do Meio. No mesmo dia a Cooperativa dos Suinocultores de Encantado Ltda que administra a Dália completou 66 anos de fundação. Perius destacou a importância das cooperativas pela sua capacidade de se reciclarem com a participação dos produtores associados que tem na constituição familiar sua grande força. Ele destacou a importância da mulher e dos filhos desde jovens neste processo produtivo, que garante o desenvolvimento social e econômico mais eficaz.
Legislação
Durante a inauguração das duas linhas de produção de leites especiais da marca Dália, o deputado Edson Brum, presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo defendeu a criação de uma legislação mais rigorosa contra os que praticam fraudes com adulteração na produção e distribuição de leite e derivados, com o intuito de obter lucro fácil.