Estamos no período intermediário Copa das Confederações-Copa do Mundo de Futebol.
Justamente por isso, baseio a crônica de hoje no respeito e agradecimento que tenho por este esporte, na atualidade o de maior aceitação no mundo inteiro e merecedor de minha dedicação e entusiasmo, como radialista esportivo, de 1962 até 2003. Há 63 anos, quase exatos, a perda da Copa do Mundo de Futebol para o Uruguai (2 x 1) no Maracanã, tirava do Brasil a primeira grande oportunidade de ganhar a 4ª edição do evento, que já havia sido vencido duas vezes pela Itália (1934/1938) e uma vez pelo Uruguai (1930).
A 16 de julho de 1950, data da 2ª vitória do Uruguai na Copa, havia uma certeza absoluta de que o Brasil seria o vencedor, certeza esta que se transformou em exagerada Autoconfiança, sentimento tão acalentado pelos jogadores brasileiros e por toda a população do país (52 milhões de habitantes) com as vitórias brasileiras por 7 a 1 contra a Suécia e 6 a 1 contra a Espanha. Com tais resultados e jogando no Maracanã, no dia anterior à partida final os uruguaios dedicaram-se a examinar o gramado e conversar sobre o que seria possível fazer para evitar um vexame; os brasileiros visitaram o melhor fotógrafo carioca com a finalidade de “eternizar os futuros Campeões do Mundo”.
O castigo pela Autosuficiência atrasou em 20 anos a 1ª conquista brasileira e acabou mostrando que, na prática, não só a teoria é outra, mas a prática, também.
O termo Maracanazo, em espanhol, marca até hoje a falta de cuidados em relação a eventuais surpresas.
Naquela época, o Brasil ocupava posição sempre situada entre 30º e 36º lugar entre os maiores do mundo no segmento econômico, em especial pelas dificuldades para exportações e contatos internacionais, mas especialmente, pelas difíceis condições de comunicação, ainda mais para quem não se situava nas proximidades da Europa ou da América do Norte.
Hoje, depois de Pelé, quanto ao futebol somos frequentes nas vitórias de grandes eventos e graças à existência de itens como Comunicações, Transportes, Exportações, Turismo, Interação das Relações Internacionais e Valorização dos Países de Grandes Territórios; tudo isso não impediu que o Porto de Roterdã continuasse sendo, até os dias atuais, o de maior movimento do planeta, muito embora situado na Holanda, país 7 vezes menor do que o Rio Grande do Sul.
Nossa população atual é 4 vezes maior do que a de 1950 e, ao final deste ano possivelmente ultrapassemos 200 milhões de habitantes e quem sabe possamos continuar entre os 7 maiores do planeta, inclusive em economia.
Durante a realização da Copa das Confederações, disputa que reúne alguns países classificados para a Copa do Mundo, jogada sempre no ano seguinte ao da Copa das Confederações, o mundo pôde acompanhar a alegria e a forma participativa com a qual os brasileiros marcaram as festividades, em grande maioria mostrando a arte, a música, as danças, nossas atrações e temas selecionados entre os melhores de tudo aquilo que nos orgulha, como aliás, até agora se fez em todos os demais países nos quais participamos da Copa.
A partir do primeiro dia preenchido com jogos programados pela Fifa e sob sua organização, começaram a ocorrer, como foi mostrado à exaustão, violências contra a normalidade da programação, onde grupos de pessoas com rostos cobertos com máscaras, a cada dia mais agressões faziam ao patrimônio público e às propriedades particulares.
Não há a menor dúvida de que a opinião de todos deveria ser ouvida e valorizada, mas o detalhe é que os segmentos revoltosos não foram chamados a participar, o que torna difícil sua avaliação no conjunto.
Tão logo essa forma de agredir foi levada a efeito já no início das atividades – foi dada a conhecer a opinião das autoridades organizadoras – especialmente a Fifa – que, em princípio, disse acreditar que o Governo teria condições de cortar as manifestações de forma total, para depois voltar a depor sobre sua certeza de que o governo conseguiria uma imediata normalização.
Hoje, quando concluo que a Fifa – por seus inúmeros pronunciamentos em entrevistas e até pela negação em delas participar – mostra estar tratando com rigor os abusos ocorridos e os em eventual planejamento, sinto que podem não ser “balões de ensaio” os boatos sobre a realização do Mundial do próximo ano em outro país, o que geraria incômodos e péssima imagem ao Brasil e suas autoridades, no Mundo Inteiro.
Parece-me que o tratamento dado às situações ocorridas quanto à necessária Segurança, deveria ser examinado, até porque de nada adiantarão punições pesadas ou tardias.
A Copa será feita para uma população exigente e carente de atenção; neste sentido, corro os riscos enormes e necessários do que acabo de escrever.
Afinal de contas, estou mexendo nos Direitos de não se comportar direito.