Acontece nesta sexta-feira, no município de Poço das Antas, a 39ª edição do Dia do Porco, que é um evento promovido pela Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul – ACSURS.
Nestes quase 40 anos que o evento atinge, possivelmente há a constatação de que o número de suinocultores vem diminuindo anualmente, tendo como fator principal o desestímulo que os resultados da atividade vêm proporcionando aos que ao longo de muitos anos se dedicaram à criação da espécie.
Pode até estar acontecendo, no dia de hoje, uma tentativa de conforto ou de convencimento dos produtores persistentes, para que sigam na atividade, pois percebe-se que nos últimos dias o preço do suíno, no mercado, reagiu um pouco. Portanto, as perspectivas podem ampliar um pouco, momentaneamente, o ânimo dos agricultores. Isto não basta, carecemos de medidas mais duradouras e de segurança, pois a tecnologia e as exigências de investimentos são cada vez maiores.
Corredor Ecológico
O memorável projeto do corredor ecológico, iniciado e em desenvolvimento na região do Vale do Taquari, continua causando apreensão e preocupação a um expressivo número de proprietários rurais, especialmente do município de Arroio do Meio.
Existe um processo judicial em tramitação, que iniciou quando se tinha um antigo Código Florestal. O questionamento dos interessados é de que forma a Justiça vai analisar as razões que deram origem ao fato, se hoje as regras mudaram. Temos um novo Código Florestal em vigor, onde, por exemplo, as exigências de preservação de APP’s mudaram, diminuindo as metragens, onde as propriedades se enquadram no quesito de número de módulos.
Nas próximas decisões da Justiça, certamente este fator da transição de um instrumento legal (código) para outro, será considerado, sobretudo o aspecto de preservação de uma margem de 100 metros ao longo do rio Taquari.
Oportunidades iguais
A pregação de justiça, de igualdade e de oportunidades para todos, se não vier acompanhada de ações concretas, torna-se vazia e enganadora.
Falo isto porque acompanho há anos a política de concessão de incentivos a empreendimentos aqui existentes ou aos que são atraídos, buscados.
Já tivemos casos de empresas sendo incentivadas, cujo investimento retornaria em 22 ou 23 anos, a considerar a situação dessas, no momento da liberação do apoio financeiro.
A empresa Hidroponia Vandrea, localizada em Passo do Corvo/São Caetano, é a maior na sua atividade em todo o Estado. Está em operação/produção há 12 anos, tem 28 funcionários em seu quadro, 42 estufas produzindo e um faturamento que deve ultrapassar a casa dos 3 milhões de reais/ano, devendo representar cerca de 100 mil reais/ano em retorno de ICMS para o município, não considerando a sua participação na apuração do valor adicionado (talão de produtor) e o recurso representado pela folha de pagamento dos salários, etc.
No período de julho de 2012 a junho de 2013, a empresa teve um crescimento de mais de 1000% e projeta investimentos de aproximadamente cinco milhões de reais nos próximos três anos.
Por tudo que esta empresa representa para o município, ela não está conseguindo incentivos necessários e que, segundo os empreendedores, seriam justos. E não se trata em hipótese alguma de mera aposta. Ela tem resultados concretos e já comprovados ao longo de sua história e por grandes redes que com ela se abastecem. A inconformidade cabe perfeitamente neste contexto.