A busca por novos caminhos e a valorização dos estudos é cada vez mais necessária nos dias atuais. O sucesso profissional depende da dedicação dos estudantes, que no próximo dia 11 de agosto comemoram o seu dia.
Porém, para que essa valorização pelo conhecimento e crescimento pessoal seja fundamental, os pais também devem fazer parte deste processo incentivando os filhos para que deem valor aos estudos.
Foi com este objetivo que a Secretaria Municipal de Educação de Arroio do Meio lançou em 2013 o projeto Escola e Família: de mãos dadas pela Educação. O mesmo foi criado para reforçar e ampliar a participação da família na gestão do processo educacional voltado a crianças e adolescentes do município.
Para que esse incentivo aos pais ocorra, a secretaria tem como papel principal mobilizar as escolas a pensarem em atividades de projeto assim como datas comemorativas. “Repassamos às escolas o compromisso de criar atividades que foquem de que forma a família pode participar das mesmas. Este espaço de participação é de extrema importância, pois faz com que a família se torne parceira nestes acontecimentos”, salienta a secretária Eluise Hammes.
Como cada escola possui sua comunidade e realidade, fica responsável de encontrar formas de se comunicar com as famílias. Para a coordenadora pedagógica da secretaria de Educação, Marlise Führ, esse processo já trouxe resultados, formando pais mais responsáveis e atuantes nas atividades promovidas pelo educandário.
Em relação a importância desse acompanhamento, Eluise afirma que quanto mais a família conhece os princípios da escola e como a mesma pensa, mais ela se torna atuante na vida do filho. “No momento que passa a existir essa relação de confiança com a escola, há um comprometimento maior com a educação do filho. E se percebe com mais frequência que a família quer que o filho seja exigido”.
Resultados positivos
Com pouco mais de um ano de projeto, Eluise e Marlise se dizem satisfeitas com os resultados obtidos até o momento. “A participação dos pais no ambiente escolar tem se tornado mais efetiva, com a presença dos mesmos em diversos eventos promovidos pelo educandário e não mais apenas para retirar os boletins. Os horários para as atividades estão sendo pensadas, respeitando os familiares que conseguem comparecer mais facilmente. Um exemplo são as tradicionais festas de São João que são pensadas para a família”.
Porém, para se obter bons resultados a cada dia, é preciso que essa parceria tenha continuidade em casa. Eluise e Marlise afirmam que cada educandário busca traçar formas de comunicação entre os dois lados por meio de projetos. “As propostas que envolvem sustentabilidade estão surpreendendo para que esta parceria dê certo. Algumas escolas apostam na criação de horta, composteira, coleta da água da chuva e até mesmo de conhecer mais a fundo o lugar, a comunidade em que residem. São pequenas ações que podem ser aplicadas em casa e garantem o envolvimento da família.” Conforme contam, os pais aprendem a preservar os recursos naturais através das lições que os filhos trazem da escola.
Conhecendo a família dos alunos
O envolvimento entre pais, alunos e escola é um dos destaques na Emef Getúlio Vargas, de São Caetano. Recém-chegadas na escola, as professoras Andrea Tatsch e Raquel Bouvié montaram um projeto buscando uma maior aproximação entre comunidade escolar e familiar. “Como para nós os alunos e familiares eram ‘desconhecidos’, resolvemos organizar um projeto que envolvesse as famílias dos alunos e o que elas fazem”, conta Andrea. O educandário atende 20 crianças do Nível A ao 5º ano.
A partir da organização de algumas ideias, a proposta foi apresentada aos pais em uma assembleia realizada no mês de março. Com os passar dos dias, bilhetes foram enviados para quem tivesse interesse e pudesse participar. “Além disso, pedimos a participação dos pais na escolha do nome do projeto que surgiu a partir de uma união de sugestões: Quem são as famílias de nossos alunos e o que fazem?”.
Até o momento foram realizadas cinco visitas. Para a realização das mesmas, há um envolvimento de diversas questões como condições de tempo favoráveis, transporte, disposição da família, entre outros. “Após cada visita são feitos registros escritos pelos alunos e professoras, além de fotos. Ao final do projeto estamos pensando em realizar uma avaliação entre alunos, pais e professores e organizar uma pasta contando essa trajetória”, destaca Andrea.
Conforme a professora, a receptividade está sendo positiva em todas as visitas. “Se percebe que há por parte dos pais uma preocupação em mostrar e explicar um pouco do dia a dia de cada família e os alunos estão cada vez mais entusiasmados e empolgados, tanto os que mostram e os que estão conhecendo”.
Quanto ao envolvimento dos alunos, ela destaca que o projeto é uma maneira de proporcionar a eles uma proposta onde um conhece o outro, adquirindo conhecimentos e saberes além do que poderia ser trabalhado em sala de aula. “A escola é um lugar de diversidade e oportunizar essas trocas e vivenciá-las vai além de muitos objetivos. Ressalto ainda que pode ser grande diferencial no trabalho desenvolvido pelos profissionais da educação, conhecer e considerar a realidade local onde a escola está inserida”, conclui.
