Giuseppe Garibaldi nasceu em Nice, que na época pertencia à Itália, em 04 de julho de 1807.
Filho de pescadores, começou trabalhando em 1833, na Marinha, onde sofreu influências de Mazzini, líder do Risorgimiento, movimento nacionalista de unificação da Itália, na época dividida em vários estados absolutistas.
Em 1834, liderou uma conspiração em Gênova, com o apoio de Mazzini. Derrotado, foi obrigado a exilar-se em Marselha, ponto de partida para o Rio de Janeiro. Chegou ao Rio em 1835, ano em que começou a Revolução Farroupilha. No Rio conheceu o Conde Italiano e Revolucionário Tito Lívio Zambecari e Bento Gonçalves, ambos presos após o Combate na Ilha de Fanfa (03 de outubro de 1836).
Garibaldi falhou na tentativa de resgatá-los do cárcere, mas em seguida apareceu no Rio Grande do Sul; com um lanchão percorria a Lagoa dos Patos tentando saquear os barcos imperiais, pois recebera de Bento autorização para isso (Carta de Corsário).
Na Guerra dos Farrapos sua maior façanha foi a condução, por terra, dos lanchões Seival e Farroupilha (18 e 12 toneladas) até a confluência do rio Tramandaí com o Oceano Atlântico, onde entrou e atacou a desprotegida Laguna, ajudando as tropas terrestres comandadas por Davi Canabarro.
Garibaldi saiu de Laguna em novembro de 1839, depois que os imperiais retomaram a cidade, em difícil retirada por terra mas levando Anita (Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva) como companheira.
Em 1842, casou com Anita – que se declarou solteira – em Montevideu. Para reencontrar-se com ela e os três filhos, voltou à Itália em 1847 e no mesmo ano, integrou-se às tropas do Papa e do Rei Carlos Alberto. Em 1848, lutou pela independência da Itália contra a Áustria quando foi derrotado. Perdeu Anita no ano seguinte (leia “Você Sabia Que…”).
Garibaldi então refugiou-se por 5 anos nos Estados Unidos e depois no Peru, até voltar à Europa (1854).
Em nova guerra contra a Áustria (1859), assumiu o posto de Major-General e dirigiu a campanha que terminou com a anexação da Lombardia pelo Piemonte (região formada por várias províncias do norte da Itália, inclusive Turim).
Comandou os célebres Camisas Vermelhas (1860-61), conquistou a Sicília e o Reino de Nápoles, a Úmbria e Marcas e renunciou aos territórios conquistados, cedendo-os ao Rei de Piemonte, Vitor Emanuel II. Liderou uma nova expedição contra a Áustria (1862) e depois dirigiu suas tropas contra os estados pontifícios, convencido de que Roma deveria ser a nova capital do Estado Italiano.
Na Batalha de Aspromonte, foi ferido e aprisionado, mas logo libertado. Participou da expedição que anexou Veneza. Em sua última campanha, lutou ao lado dos franceses (1870-71), na guerra franco-prussiana.
Alexandre Dumas, célebre escritor francês (Os Três Mosqueteiros, O Conde de Monte Cristo, O Homem da Máscara de Ferro), escreveu Memórias de Garibaldi (década de 1860), baseado em narrativa feita a ele pelo próprio Garibaldi, que graças ao livro teve seu nome ainda mais conhecido e festejado.
Giuseppe Garibaldi, justamente conhecido como “Heroi de dois Mundos” morreu em Capri, em 02 de junho de 1882, aos 75 anos.