Muita gente tem o hábito de consumir peixe apenas na Semana Santa, por uma tradição religiosa, apesar de tratar-se de um alimento de destacadas qualidades e recomendações.
A piscicultura é uma atividade típica e característica da pequena propriedade, da dita agricultura familiar, fazendo parte do saudável processo de diversificação, com o intuito de geração de uma renda complementar para os estabelecimentos que a desenvolvem.
Há uma estimativa de que o Rio Grande do Sul tenha hoje uma capacidade de produzir em torno de 17 mil toneladas de peixe por ano, envolvendo aproximadamente 500 propriedades rurais, onde existem 660 açudes e/ou viveiros. Está projetada uma ampliação da atividade, neste corrente ano, que poderá chegar perto de 950 novos viveiros em 700 propriedades que pretendem aderir à criação, introduzindo mais 4,3 milhões de alevinos. Consta que 98% da produção de peixes, em cativeiro, no RS, se dá em pequenas propriedades.
Não podemos deixar de salientar a contribuição da Emater na organização e desenvolvimento da atividade, através de seu Setor de Coordenação da Piscicultura. Em praticamente todos os municípios onde há escritórios da empresa, ocorre o incentivo, o acompanhamento e a orientação, na elaboração de projetos, nos encaminhamentos de licenciamentos ambientais, na participação técnica no manejo, até a fase final que é a comercialização, no seu preparo para o consumo.
Mesmo que a piscicultura tenha crescido mais do que outras atividades da diversificação das pequenas propriedades, como a suinocultura e a bovinocultura, no período de 2000 a 2012, os produtores vêem o negócio com algumas ressalvas, a partir de entraves encontrados. Burocracia e proibições, no aspecto de licenciamentos e também a falta de perspectivas de um crescimento do número de agricultores que se dedicam à atividade. Seriam em torno de 18 a 19 mil, no Estado e de um modo geral também nesses projetos a sucessão familiar está comprometida com a observada falta de interesse de novos, jovens produtores.
De qualquer forma, é salutar manter a tradição do consumo de peixes nesta semana e as Feiras de Peixe, há muitos anos realizadas, já asseguraram o seu espaço em Arroio do Meio e proporcionam o acesso dos consumidores a um alimento de qualidade.
Reforma Agrária e Crédito Fundiário
A sede da Contag, em Brasília, abrigou no início desta semana um Encontro Nacional de Reforma Agrária e Crédito Fundiário.
Os líderes do Movimento Sindical de Trabalhadores Rurais promoveram o evento com a finalidade de debater, com representantes do Ministério do Desenvolvimento Rural e do Incra, as atuais condições de financiamentos de compra de terras, através do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), colocando como prioridade o atendimento dos agricultores familiares que há muitos anos esperam pelo acesso a uma propriedade.
Uma marcha nacional pela Reforma Agrária está sendo programada para encerrar o Grito da Terra Brasil, no dia 19 de maio, em Brasília.