Pelo menos três casos de abigeato – furto de gado – foram registrados na delegacia de Arroio do Meio nos últimos meses. Dois deles aconteceram no bairro Bela Vista, em uma única noite, entre o entardecer de quarta-feira, 6, e a manhã de quinta-feira, dia 7. Outro crime ocorreu em 23 de março, no bairro Dom Pedro II, quando um suíno foi furtado em um chiqueiro próximo a uma residência. Em comum entre os três crimes a forma de como os criminosos agem. Carneiam o animal levando paletas e quartos, deixando a carcaça para trás.
Um dos crimes ocorreu na área da antiga Fruki, bairro Bela Vista, onde um animal foi abatido, carneado e partes foram levadas pelos criminosos ficando somente a carcaça no potreiro. Conforme o registro de ocorrência feito na Delegacia por um dos arrendatários que é morador de Teutônia e possui animais na área, a rês foi abatida entre 19 horas de quarta-feira e 3h de quinta-feira. Nessa mesma noite, outro animal foi ferido no pescoço. A suspeita é de que os criminosos tentaram abater o bovino, mas não obtiveram êxito.
Nessa mesma noite, outro crime de abigeato foi registrado na Estrada Geral Arroio Grande, também Bela Vista. Conforme boletim de ocorrência o furto ocorreu entre 23 horas de quarta-feira dia 06 e 06h30min de quinta-feira, dia 07. Para entrar no potreiro, onde estava o animal, os criminosos danificaram a cerca derrubando um poste, facilitando assim a passagem com a carne. Da vaca, que estava prenha, foram levadas as paletas e quartos ficando o restante da carcaça para trás com o feto. Não há suspeitas do crime.
Essa seria a segunda cria do animal avaliado em R$ 4 mil, e por esse motivo, as expectativas por parte do proprietário eram boas no tocante à produtividade, que aumenta consideravelmente na segunda gestação. “O pai já estava descontente com a atividade e agora está pensando até em vender os animais”, disse o filho, Sidnei Henz.
Outro caso de abigeato foi registrado na madrugada da sexta-feira, dia 23 de março no bairro Dom Pedro II, em Arroio do Meio. Na ocasião criminosos abateram um suíno de 150 quilos no chiqueiro de uma propriedade situada na rua Esperança. Como nos outros crimes, os bandidos levaram quartos, paletas e uma parte das costelas. Rastros indicaram que os criminosos teriam fugido pelo mato cruzando um arroio nos fundos da propriedade. Até agora, dois meses após o furto, não há suspeitos do crime.
Outros registros
Pouso Novo
Há registro de abigeato também em Pouso Novo. Conforme boletim de ocorrência registrado no dia 24 de maio por um criador de Arroio do Leite, área rural do município, uma novilha foi furtada em um potreiro que fica há pelo menos 1 km de distância da residência. A vítima do furto foi avisada por um vizinho. Posteriormente, foram encontradas partes do animal a meio quilômetro do potreiro.
Também há relatos de pelo menos mais três casos de abigeato no município, que não foram registrados na delegacia. A informação é confirmada por Josir dos Santos, da secretaria da Agricultura do município. Segundo ele, os fatos teriam acontecido nas localidades de Picada Castro e Arroio do Leite e não teriam sido registrados por medo de represálias das vítimas. “Normalmente são pessoas de idade que têm medo de denunciar. Em município pequeno todo mundo se conhece e por isso, as vítimas ficam apreensivas”, explica Josir.
A inspetora da delegacia de polícia de Pouso Novo, Stefania Santos, alerta para que a população registre a ocorrência dos furtos para que assim possam ser investigados. “Temos boatos de que há mais furtos de abigeato, porém não podemos afirmar, uma vez que não foram registrados”, afirma.
Marques de Souza
Em Marques de Souza pelo menos um furto abigeato foi registrado em 2018. O crime ocorreu entre os dias 6 e 9 de fevereiro, no interior em Bela Vista do Fão, área rural do município. Conforme informações do proprietário, repassadas pela Brigada Militar, os bandidos cortaram a cerca para facilitar a retirada do animal. O potreiro fica em frente à estrada geral que liga a localidade ao município de Progresso. Conforme a vítima, nos últimos seis anos outros dois casos de furtos de animais ocorreram na sua propriedade.
Capitão
Um crime de abigeato ocorrido no município foi registrado na Delegacia de Polícia de Arroio do Meio. Porém informações extraoficiais dão conta de que outros crimes teriam ocorrido no município em 2018, no entanto não há Boletins de Ocorrência na Delegacia de Polícia de Arroio do Meio.
O crime ocorreu no dia 16 de maio quando ao tratar os animais pela manhã o proprietário deu falta de um animal que pesava aproximadamente 200 quilos. Vestígios, como cabeça, couro e vísceras foram encontrados quatro dias depois pelo proprietário no potreiro, nos fundos da propriedade, local onde o animal foi abatido. Não há suspeitas do crime.
Para consumo
O delegado de Arroio do Meio, João Selig, salienta que pela região não ser voltada à pecuária, os casos de abigeatos ocorrem em menor número na comparação com municípios como Taquari que tem a atividade como principal fonte de renda, e por isso, são casos isolados. Revela ainda que, ao contrário de outras regiões, onde a carne produto do furto é destinada à açougues, aqui é usada para consumo próprio dos criminosos. “Furtam para comer. Nem ao mesmo sabem carnear o animal, fazendo de qualquer jeito. Muitas vezes esses criminosos são das proximidades e conhecem a rotina da propriedade. Por isso os animais merecem atenção especial por parte dos proprietários”, observa.
Afirma ainda que alguns casos não são registrados e por isso não chegam ao conhecimento da polícia e em consequência não são elucidados. Nesse sentido disponibiliza o número para denúncias, 3716-1264, no qual qualquer pessoa pode ligar, mesmo que anonimamente, em caso de qualquer atitude suspeita que possa contribuir para a elucidação dos crimes.