A candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva a presidente da República, registrada conforme anunciado no dia 15, está criando polêmica. Impedido de participar ao vivo de debates promovidos pelos meios de comunicação e outras entidades, Lula pode enviar seu “por enquanto vice-candidato”, Haddad? Implicado na Lei da Ficha Limpa, (lei que dispõe sobre as condições de ilegibilidade, criada em 2010, por iniciativa popular e manifestações da sociedade contra candidatos corruptos) Lula pode ser considerado inelegível pelo TSE, a quem cabe a decisão final, com prazo até setembro. Confirmada a inelegibilidade Fernando Haddad assume a chapa.
O presidenciável Ciro Gomes criticou a participação de Haddad em debates, dizendo que se assim fosse, outros candidatos também poderiam mandar seus vices. Quem é realmente o candidato do PT a presidente da República? Henrique Meirelles candidato do MDB ao Planalto, disse que a participação de Haddad soma no debate e o PT, dentro do seu tempo, pode resolver a situação.
Por enquanto o PT tem ficado fora dos principais debates. Não foi um dos entrevistados pela Globo News, não esteve presente no debate da Band e não deverá estar presente hoje à noite no debate da Rede TV.
Desafios do próximo governo
Há quatro anos, uma das principais agendas para o governo do Estado era a difícil situação financeira do Rio Grande do Sul. De lá para cá, poucos avanços. Para ter uma ideia sobre os números, a Rosane de Oliveira publicou em sua coluna, nesta semana, que a receita líquida de julho ficou em R$ 2,320 bilhões, enquanto as despesas alcançaram R$ 3,542 bilhões, portanto um rombo considerável. A folha líquida, segundo a jornalista, em julho foi de R$ 1,217 bilhão, valor pouco inferior ao rombo financeiro de cada mês. Quem terá ousadia para cortar privilégios, aumentar receitas, para que o Rio Grande do Sul possa crescer e voltar a fazer investimentos?
Limpar o nome de devedores e competitividade
Entre as propostas anunciadas por candidatos, uma que criou um especial impacto é a do candidato a presidente Ciro Gomes (PDT), que promete limpar o nome de 63,4 milhões de brasileiros (o número é assustador) inscritos no SPC. A proposta ainda não está muito clara, mas mexe no sistema financeiro com renegociação das dívidas com juros mais baixos, descontos nos débitos com participação de bancos públicos e privados. Levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas em parceria com SPC Brasil indica que a maioria dos inadimplentes se encontra na faixa dos 30 a 49 anos. Aliás, o candidato, Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu entrada de mais bancos privados para fomentar competição e disse que, se eleito, não vende o Banco do Brasil nem a Petrobras.
Força tarefa contra a sonegação
Foi lançado oficialmente na terça-feira à tarde, no Palácio Piratini, o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cine), que terá como principal tarefa recuperar, fiscalizar e combater a sonegação. Fazem parte do Comitê, o Ministério Público, a Procuradoria Geral do Estado e a Receita Estadual, que terá como tarefa levantar a identidade e os valores dos principais sonegadores. Posteriormente a Procuradoria encaminha as medidas judiciais e o Ministério Público responsabiliza criminalmente os possíveis fraudadores. Levantamentos preliminares indicam que no Rio Grande do Sul há pelo menos 1.145 empresas devedoras que vão acumulando ano após ano débitos de ICMS, que já chegam a R$ 2,8 bilhões.