Um dos pontos de referência mais antigos na memória de quem reside ou já residiu no bairro Barra do Forqueta, Arroio do Meio, era o umbu em frente ao salão comunitário. No sábado à noite, parte da árvore foi ao chão. Nas redes sociais, muitas pessoas compartilharam suas lembranças junto ao umbu e lamentaram sua queda.
O biólogo André Bruxel foi uma destas pessoas. Diz que a árvore era um dos símbolos do bairro e que foi uma perda, especialmente para quem, assim como ele, cresceu brincando no umbu ou à sua sombra. André afirma que é difícil precisar a idade do exemplar, mas estima pelo menos 60 anos. Acredita que talvez alguma patologia tenha contribuído para sua vulnerabilidade e consequente queda. “Como sua madeira é muito mole é mais usada para sombra e serve de alimentação para as aves. É uma espécie nativa e não há muitos indivíduos em Arroio do Meio”, relata, apontando que há outra árvore da espécie nas proximidades do antigo camping do umbu, em Forqueta Baixa.
O ecônomo do salão da comunidade Santos Reis, César Gräff, confirma a suspeita de Bruxel, ao relatar que há alguns meses havia sido percebido que a árvore tinha um fungo e as raízes estavam apodrecendo. Uma avaliação técnica chegou a ser feita, mas a árvore não resistiu. Em função disso, a parte que restou será suprimida, já que as raízes também estão deterioradas. Assim, se evita que uma nova queda cause danos ou ponha em risco a segurança de pessoas. Por ser uma espécie nativa, já foi solicitada a licença ambiental e a comunidade terá de fazer a compensação, com o plantio de outras 20 árvores.
César também lamenta o acontecido e salienta que a árvore fazia parte da história da comunidade. Destaca que muitas crianças brincaram nela e que sua sombra era muito apreciada. Segundo ele, a árvore tinha entre 115 e 118 anos.