As primeiras semanas de governo com medidas já tomadas em Brasília sinalizam a disposição e alinhamento do governo em promover mudanças estruturais que saiam do mero discurso e fortalecimento ideológico de esquerda. Uma visão de médio e longo prazo para o país e estado aliada a medidas de efeito mais imediato, trazem novas perspectivas para a população. Nem todas as decisões serão acertadas, porque os governos se deparam com desafios muito complexos, com diferentes estruturas nas instituições. Mudanças não são feitas de uma hora para outra. Precisam ser construídas e no caso do Brasil, depois de quatro sucessivos governos petistas, há uma forte cultura e disposição por parte da agora oposição em criar todo o tipo de dificuldades para o governo que acaba de assumir.
Em uma democracia, a oposição, a imprensa livre, sempre são bem-vindos porque contribuem para o desenvolvimento. Mas infelizmente nem sempre a oposição é responsável. Esperamos que a esquerda deixe de fazer oposição por fazer, usando as mídias digitais para repicar inverdades ou se disponha a fazer mobilizações só para esculhambar o novo governo que foi eleito democraticamente. Também se espera que os eleitores mais apaixonados pelo governo eleito não entrem nessa de alimentar a polarização, o que poderia implicar em confrontos desnecessários, mas um cenário ideal para criar caos.
A imprensa tradicional, jornais, revistas, rádio, televisão também exercem um papel importante na democracia e desenvolvimento de uma nação porque disseminam informações que devem ser filtradas com responsabilidade. É papel dos meios de comunicação checar informações, se pautar pela verdade e não por interesses de toda a ordem, inclusive econômicos. Em tempos onde as redes sociais têm tido um espaço cada vez maior pela instantaneidade, os veículos de imprensa tradicionais fazem o contraponto em termos de credibilidade, objetividade, pesquisa, embasamento histórico e cultural. Esta responsabilidade, por parte dos meios de comunicação, deve ser exercida ainda que o leitor nem sempre tenha interesse em ler com atenção, assimilar, analisar dados e números estafantes. A informação instantânea é do gosto do consumidor que acredita no que lhe convém, sempre mais pela emoção do que pela razão. Com o advento das redes sociais, todos se acham no direito de opinar e a maioria prefere avaliar as informações sobre a sua visão de mundo pessoal.
Estamos diante de uma oportunidade de mudanças estruturais no Brasil. Mudanças que implicam em investimentos em Ciência, Tecnologia, Educação, Saúde, Infraestrutura, através de políticas públicas com economia forte para a população do país tenha oportunidade e acesso a uma boa educação, saúde, renda, segurança pública.
Mas a responsabilidade não é apenas dos governantes. Cada um de nós pode fazer a sua parte na sua família, comunidade e município.
Reforma da Previdência Social
Entre as reformas consideradas urgentes pelo atual governo, como já foi nos anteriores, está a Reforma da Providência. Ainda não se sabe exatamente qual proposta será enviada ao Congresso, possivelmente na primeira quinzena de fevereiro. A equipe técnica do governo Bolsonaro está fazendo estudos e no modelo traçado pelo ministro de Economia Paulo Guedes, o regime do INSS e o sistema previdenciário dos servidores públicos teriam, no final de 12 anos, as mesmas regras de idade mínima.
Atualmente no setor público, os homens podem se aposentar a partir dos 60 anos e as servidoras aos 55. Estes patamares subiriam em ritmo mais lento do que as idades mínimas para as aposentadorias do regime geral. Pelo INSS, há duas formas de aposentadoria: uma é por idade, que exige que homens tenham 65 anos para se aposentar e mulheres 60 (com idade de contribuição mínima de 15 anos), quando o trabalhador não é do setor rural. A Reforma da Previdência quer focar especialmente no tempo de contribuição, o segundo modelo. Essas regras permitem que após 30 anos (mulher) e 35 (homem) de recolhimento ao INSS, trabalhadores se aposentem cedo. Em 2017 as mulheres obtiveram em média esse benefício aos 53 anos e os homens aos 56. Esse tipo de aposentadoria não é o mais comum, mas é o que mais pesa no orçamento, por isto há uma tendência de que esta idade aumente. Na semana passada o presidente Bolsonaro falou em 57 para as mulheres e 62 para os homens.