No quarto dia depois da posse de Jair Messias Bolsonaro, como 38º presidente do Brasil, sob um forte esquema de segurança, o que se justifica pelo atentado sofrido pelo então candidato, durante a campanha em setembro, seu discurso por um pacto – entre sociedade que o conduziu ao cargo e Executivo, Legislativo e Judiciário – para tirar o país de atraso e afastá-lo do viés ideológico, ainda repercute. Na sequência, nos últimos dois dias, também a manifestação de Ministros está dando esta sinalização de seguir nortes que foram dados na campanha, no combate à corrupção, criminalidade, irresponsabilidade social, recuperação da economia.
Em seu discurso, como tem feito em outras manifestações nas redes sociais, expressa especial agradecimento a Deus e às pessoas que foram responsáveis pelos primeiros socorros e cuidaram da sua recuperação do atentado, o que quase lhe custou a vida. É preciso destacar que se trata de um presidente corajoso, determinado, levando em conta que nestes quatro meses, desde o ocorrido, a agenda do agora presidente não parou mais, e certamente a fé em Deus, seu bom estado de saúde por ser um homem oriundo da Academia Militar e ter pessoas próximas de grande valor contribuíram para facilitar o dia a dia.
No Congresso, onde atuou por 28 anos como deputado federal, era considerado do chamado “ baixo clero” e sua candidatura a presidente sem o apoio dos partidos mais tradicionais e protagonistas da política foi desde o início vista com desconfiança. No dia 1º ao ser empossado estava visivelmente emocionado.
“Com humildade volto a esta Casa onde me empenhei em servir a Nação, travando grandes embates e onde acumulei experiências e aprendizados que deram oportunidade de crescer e amadurecer. …”
Apoio – Diante da necessidade de ter que contar com o apoio do Congresso na votação de matérias importantes ele conclamou:
“ …. Convoco cada um dos congressistas, para me ajudarem na missão de restaurar e reerguer nossa Pátria, libertando-a definitivamente do jugo da corrupção, criminalidade, irresponsabilidade econômica e submissão ideológica. Temos diante de nós uma oportunidade única de reconstruir o nosso país e de resgatar a esperança de nossos compatriotas. Estou certo de que enfrentaremos enormes desafios, mas se tivermos a sabedoria de ouvir a voz do povo, alcançaremos êxito em nossos objetivos e pelo exemplo e trabalho levaremos às futuras gerações a nos seguir nesta tarefa gloriosa. Vamos unir o povo, valorizar a família, respeitar as religiões e nossa tradição judaico-cristã…”
Inimigos da Pátria – Lembrando o atentado contra a sua vida, disse que naquele momento a campanha eleitoral transformou-se num movimento cívico, espontâneo e forte. “… Nada aconteceria sem o esforço e engajamento de cada um dos brasileiros que tomaram as ruas para preservar a liberdade e democracia. Reafirmo meu compromisso de construir uma sociedade sem discriminação e divisão”.
Meritocracia – No decorrer do discurso também defendeu os policiais civis e militares e a todos os que sacrificam a vida pela segurança e ordem nacional. Em relação à equipe de governo, destacou que a escolha tem sido técnica, sem viés político, o que tornou o Estado ineficiente e corrupto . “Nos pautaremos pela vontade soberana daqueles que querem boas escolas, capazes de preparar seus filhos para o mercado de trabalho e não para a militância política. Que sonham com a liberdade de ir e vir sem serem vitimados pelo crimes. Que desejam conquistar pelo mérito bons empregos e sustentar com dignidade suas famílias, que exigem saúde e educação, infraestrutura, saneamento básico e respeito aos direitos fundamentais da nossa Constituição”.
Economia – Defendeu em seu discurso os interesses nacionais numa economia de livre mercado com eficiência e prometeu que o governo não gastará mais do que arrecada com foco nas reformas estruturantes que serão essenciais para a saúde financeira e sustentabilidade das contas públicas. “Precisamos de um círculo virtuoso para a economia, para que traga confiança necessária para abrir o nosso mercado para o mercado internacional, estimulando a competição, a produtividade e a eficiência, sem viés ideológico. Nesse processo de recuperação, o setor agropecuário desempenhará um papel decisivo em perfeita harmonia com a preservação do meio ambiente…”
Democracia – Em pelo menos dois momentos clamou pela importância de um pacto nacional entre a sociedade e os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, para que os desafios possam ser vencidos na busca de uma nova ordem nacional. “Uma das minhas prioridades é proteger e revigorar a democracia brasileira, para que ela deixe de ser apenas uma promessa formal e distante. A construção de uma nação mais justa e desenvolvida requer a ruptura com práticas que se mostram nefastas para todos nós, maculando a classe política e atrasando o progresso. A irresponsabilidade nos conduziu à maior crise ética, moral e econômica de nossa história…”