Os produtos Dália Alimentos estão presentes em 24 estados brasileiros e Distrito Federal. São exportados para 20 países, dos continentes asiático, africano e Leste Europeu, além do Mercosul. A Cooperativa possui associados em 130 municípios, com todas as propriedades georreferenciadas, atendidas por assessoria técnica, entrega de ração e insumos.
A missão é clara e simples: promover desenvolvimento social, econômico dos associados, funcionários e comunidade em que atua. Segundo Piccinini, onde existem cooperativas bem estruturadas, a renda e Índices de Desenvolvimento Humano são elevados. “Na região, o cooperativismo está tão inserido nas entidades e no desenvolvimento econômico e social, que até já virou conceito de gestão”, destaca. Piccinini ainda observa que, apesar de o Vale do Taquari produzir apenas 13% do leite do estado, 38% do leite industrializado no RS é da região. “Hoje somos uma das cooperativas mais inovadoras do Brasil, conforme credita a própria Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). Fomos uma das pioneiras em buscar este sistema de parceria público-privada no exterior e trouxemos para o Brasil, para a execução dos negócios de forma associativa, os quais geram rentabilidade e desenvolvimento à cooperativa e também aos municípios parceiros. Acreditamos que estamos no caminho sensato e que este é o Brasil que dá certo”, explicou.
Visão – Superar desafios globais com atualização tecnológica, crescimento rentável e sustentável. Consolidar a cultura de que a satisfação do consumidor será sempre a razão principal do sucesso. Tornar a marca Dália conhecida em todo Brasil e conquistar a confiança dos consumidores. Fazer melhor a cada dia tem que estar sempre mais presente do DNA.
Valores– A cooperação, ética, transparência, conhecimento inovação e empreendedorismo, respeito à legislação, às pessoas e meio ambiente, o que tornam a Dália, reconhecida como uma das cooperativas mais inovadoras do Brasil. “É preciso estar permanentemente estudando, implementando, buscando mais firmeza e viabilidade econômica”.
Código de conduta e ética – Estabelece que tudo pode ser feito de forma transparente na presença da fiscalização dos clientes, consumidores e da sociedade em geral, sem embaraço ou constrangimento. A Dália espera que essa conduta seja exercida por todos os associados, funcionários e parceiros, pois entende que o alimento é sagrado e essencial para a vida.
Estrutura social em Arroio do Meio
Um Conselheiro Fiscal; três delegados; 109 associados, sendo 85 com produção (51 na bovinocultura leiteira, 22 na suinocultura e 12 na produção de grãos) e 24 sem produção.
O volume de leite industrializado de janeiro a outubro de 2019 foi de 131,5 milhões de litros de leite, sendo que a produção dos produtores locais foi de 5%. O número de suínos abatidos foi 553,8 mil, sendo 3,75% oriundos de Arroio do Meio.
Onze arroio-meenses integram o condomínio avícola de Cruzeiro do Sul que recebeu investimentos de R$ 7,5 milhões.
Parcerias público-privadas
A parceria público-privada com Arroio do Meio estreitou em 1995. Até então, a laticínios do bairro Aimoré beneficiava 25 mil litros de leite por dia na safra e 15 mil na entressafra. A empresa atendia estabelecimentos da região e Grande Porto Alegre com leite em saquinho e derivados. O investimento na planta de UHT permitiu, num primeiro momento, o aumento da produção para 110 mil litros/dia, e a Dália acabou firmando parceria com outras cooperativas prestando serviços de envase. Atualmente, a unidade do bairro Aimoré tem capacidade de envazar 440 mil litros por dia e, somada à fábrica de leite em pó e creme de leite de Palmas, a capacidade ultrapassa mais de um milhão de litros diários.
Conforme Carlos Alberto de Freitas, na década de 1990, o governo Collor, abriu a economia do país mas as empresas brasileiras não estavam preparadas para o mercado. Muitos setores despreparados tiveram que competir com companhias estrangeiras mais competitivas. Não havia viabilidade econômica para estruturar as empresas locais e a Dália entendeu a necessidade de conhecer modelos de matrizes produtivas na América Latina e Europa, para fundamentar os novos investimentos, a continuidade e a evolução das operações. “Na União Europeia o ajuste foi muito doloroso socialmente. Entendemos que era importante conhecer e tentar ver o que poderia ser feito para ter um custo social menor, com menos exclusão possível. Em 1998 montamos uma grande comitiva integrada por representantes de governos municipais, estadual, cooperativas e empresas, e ficamos 16 dias na Europa. Aprendemos muito sobre as mudanças estruturais, culturais, questões estatutárias e de legislação, e sobre a atuação do poder público. Ficou evidente que a responsabilidade pela continuidade das atividades não era dos produtores e indústrias, e sim, a grande necessidade da participação dos governos em parcerias público-privadas. Preparamos a nova Dália Alimentos, com várias mudanças para ser enxuta. A participação das prefeituras foi marcante. Arroio do Meio é reconhecidamente empreendedor e integra o Brasil moderno que dá certo.
Em plena crise, investir R$ 200 milhões num novo complexo industrial e nova cadeia produtiva é possível porque existem parcerias e pessoas que querem empreender e a sensibilidade das autoridades é fundamental para o modelo”.
Ele complementa que o diferencial de Arroio do Meio, são os líderes políticos com mente aberta, que entendem com simplicidade a importância de parcerias ganha-ganha. Todas as parcerias foram cumpridas, independente da transição de governos, e evoluíram, trazendo confiabilidade e casos de sucesso.