Aos poucos começa a movimentação em torno das definições de diretórios e executivas municipais dos partidos políticos. Estrategicamente as definições são importantes pela influência que terão para a base eleitoral de candidatos a deputados, governo do Estado e até presidência da República em 2022. Aqui em Arroio do Meio, a presidente do MDB, a vereadora Adiles Mayer disse que as tratativas da eleição do diretório devem começar em julho mas preferiu não se manifestar sobre a sucessão, deixando o assunto em aberto. Quem já comandou o partido, Marcelinho Schneider, também vereador, aposta no nome do ex-prefeito Sidnei Eckert que reuniria as melhores condições para dirigir o partido nos próximos dois anos. “Ele anda muito, conhece, tem muito trânsito na região, em Porto Alegre Brasília. Acho que seria o nome ideal para assumir o partido em ano de eleição”. Os principais líderes do MDB local também aguardam decisão do Estado, principalmente em relação ao possível nome do candidato a governador. Embora Eduardo Leite tenha afirmado que não concorre à reeleição, abrindo possibilidade de uma composição com o MDB, em política tudo pode acontecer. No MDB, José Ivo Sartori e Gabriel Souza, são nomes em pauta. Querem o Gringo de volta disse, Marcelinho
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No PDT, o comando local do partido está com o atual secretário de Obras, Darci Hergessel, que foi vereador por três mandatos. Se elegeu com 527 votos em2008; em 2012 com 1065, e em 2016 com 680 votos. Dedicado ao partido, em 2020 não concorreu para abrir espaço para novos nomes. O PDT que tem participação no atual governo com a vice Adriana Lermen e o secretário de administração Áurio Scherer, além do líder de governo do partido professor Paulo Backes, tem entre os aspirantes, Cristian Perin, que almeja mais espaço.
No cenário nacional, o PDT tem hoje em Ciro Gomes, por enquanto, o nome cotado para emplacar uma terceira via, concorrendo pela quarta vez, diante da polarização entre Lula e Bolsonaro. No cenário estadual, Romildo Bolzan Júnior (presidente do Grêmio) aparece como nome mais cotado.
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Assim que a pandemia estiver mais controlada e permitir reunir todos os integrantes da executiva e diretório, o PP deverá definir quem vai dirigir o partido nos próximos dois anos. Principais líderes, entre eles Gustavo Kasper e o próprio prefeito Danilo Bruxel, apontam pela continuidade de Milton Reckziegel. Ele próprio, diz que é muito democrático e que estará sim, a serviço do partido, independente da função. Destacou que o partido está buscando se fortalecer e que as últimas eleições municipais abriram espaço para que surjam novas lideranças, dentro do PP. Elogiou a decisão do senador do seu partido, Luís Carlos Heinze, de se antecipar como pré-candidato ao governo do Estado. Segundo Milton, as bases estavam esperando por esta definição. Heinze tem sido um apoiador do governo Bolsonaro, abrindo assim, um palanque eleitoral para o presidente da República no Rio Grande do Sul.
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Na corrida ao governo do estado, ainda não dá para cravar, se Eduardo Leite vai ou não concorrer, uma vez que pesquisas apontam que ele tem a preferência seguido pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Onix Lorenzoni do DEM, que num cenário sem Eduardo Leite lidera a preferência.
Lula, Cunha, Sérgio Cabral…
O canetaço do ministro Fachin no início de março, anulando os processos envolvendo o ex-presidente Lula, e que estão restabelecendo seus direitos políticos, vai pelo andar dos acontecimentos, enterrar a Lava-Jato e abrir oportunidade para anistiar centenas de criminosos de colarinho branco. Sob a justificativa de que o então juiz Sergio Moro não tinha competência legal para julgar os processos por tramitarem na Justiça Federal em Curitiba, a manobra jurídica está e continua abrindo precedentes, porque outros condenados querem o mesmo tratamento de Lula. Manobras ao alcance de quem pode pagar advogados caros. É o caso do ex-deputado Eduardo Cunha, que teve a prisão revogada e que desde que está dando entrevistas. Na revista Veja, foi o entrevistado nas páginas amarelas, na edição do dia 19 de maio. Anunciou que vai voltar ao cenário político e criticou o ex-juiz Sérgio Moro e ex-presidente Michel Temer. Esta semana foi entrevistado no Programa Pingo nos Is da Jovem Pan, quando também reagiu, se dizendo injustiçado. Entre outras afirmações disse que Dilma Rousseff teria sofrido impeachment com ou sem Lava-Jato, que Lula, não deveria ter sido julgado em Curitiba, que a força-tarefa de Curitiba criminalizou a política. Disse que em 2022, o eleitor vai votar pela volta da velha política e não descarta a possibilidade de ocupar cargos públicos e voltar a concorrer, mas não nas próximas eleições. O programa foi ao ar na segunda-feira dia 14.
Para se livrar de diversas condenações, a defesa do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (as condenações somam mais de 200 anos de prisão) já entrou com pedido de anulação no STF de todas as decisões tomadas pelo juiz Sérgio Moro no âmbito de Curitiba. Quantas manobras mais virão, não se sabe, mas está aí uma das razões pelas quais seguidamente há manifestações contra o Poder Judiciário. E, quando são um pouco mais fortes e contundentes há represálias contra quem defende a democracia e justiça mais igualitária a favor do povo brasileiro que trabalha e que custeia privilégios de uma elite.