Faz mais de um ano que grandes veículos de imprensa em parceria com Datafolha ou outros institutos de pesquisa têm divulgado pesquisas eleitorais, com projeções para as eleições presidenciais de 2022. Em média, cada pesquisa busca a opinião de cerca de 2 mil pessoas, quando se sabe que, em 2020, o Brasil tinha em torno de 147,9 milhões de pessoas aptas a votar. Cada resultado, destas pesquisas com este número muito irrisório de pesquisados, é amplamente divulgado como se fosse uma notícia relevante para o futuro político do país. Não resta dúvida de que o eleitor normalmente tem curiosidade em saber como está este ou aquele possível candidato em relação à opinião pública. Mas daí, a publicar pesquisas com número de pesquisados tão pequeno, parece intencionalmente publicitar um ou outro candidato, ainda mais quando sabemos que os tradicionais institutos de pesquisa têm errado feio até nas vésperas das eleições, como ocorreu em 2018. Um dos fatores deste índice de erro, muito em função do aumento do peso de informações que circulam em redes sociais. Ainda em relação a pesquisas eleitorais na busca de tendência de voto, é bom lembrar que para que transmitam confiabilidade é preciso que sejam muito amplas, que tenham cobertura de pesquisa em todo o país, também no interior do Brasil. É preciso avaliar muito bem que método é usado, quem são as pessoas que participam da pesquisa.
Nos parece que as que estão sendo divulgadas com tanta antecedência, com tão poucas pessoas, podem servir de base para criar narrativas falsas ou fazer induções ao erro, criando truques que favorecem este ou aquele. Fazer pesquisas e buscar a tendência de opinião do eleitor em relação a outros assuntos mais relevantes em relação à saúde, educação, infraestrutura, seria bem mais interessante. Paralelamente sabemos que cada partido ou possível candidato normalmente tem suas próprias pesquisas, então quando divulgadas com o simples propósito de promover corrida eleitoral, sem avaliar muitas outras variáveis acrescenta pouco como conteúdo.
Opinião popular sobre voto impresso ou auditável
Falando em pesquisa, o que no momento parece muito mais interessante em termos de ouvir a opinião das pessoas, é sobre o que pensa o eleitor sobre o voto impresso. Ele é a favor de melhorar o sistema de contagem eleitoral ou não? É necessário melhorar o sistema? Ele é totalmente seguro? Tenho visto algumas enquetes sobre o assunto e na própria Câmara dos Deputados, que dão parecer amplamente favorável a melhorar o sistema, com voto auditável ou impresso, que dão sustentação para amplo debate e votação da PEC 135-2019, que está tramitando na Câmara, apesar da resistência da maioria dos ministros do TSE, que estão dando as costas para a vontade popular, e como já dissemos em outras oportunidades interferindo politicamente em decisões que cabem ao Legislativo. As manifestações nas ruas de milhares de pessoas feitas no último domingo em diversos estados e cidades do país, de forma pacífica, também dão ideia do quanto a pauta é defendida pela sociedade. Mas infelizmente, o assunto, como muitos outros está sendo politizado. Mas a nossa esperança e expectativa é de que os debates e votações apenas fortaleçam a democracia e que os que estão se excedendo no seu papel e interferências indevidas se limitem a cumprir seu papel, e a Constituição.
O peso do preço dos combustíveis e os impostos
Começou agosto e novas altas de combustíveis que pesam no bolso do consumidor. O preço dos combustíveis, dos alimentos, entre outros, não afetam apenas a vida das famílias. Mas pesa também nos custos das empresas. No caso dos combustíveis, muitas vezes esquecemos de fazer os cálculos, na hora de pagar a conta. Mas é muito importante fazer, uma vez que em torno de 40 a 43% dos custos do preço pago na bomba pelo consumidor são impostos. Basta olhar a nota, que vem com os preços e percentual do valor de impostos especificado. Aqui no jornal, por exemplo, em junho gastamos R$ 2.326,22. O nosso principal meio de transporte é via motocicleta, que é muito econômica. Se tivéssemos de fazer de carro, seria muito oneroso e inviável. Entretanto, dos R$ 2. 326,22 que pagamos, R$ 945,14 foi em impostos. É legítimo questionar: qual retorno temos efetivamente deste montante pago em impostos???