O Brasil já foi conhecido por vários epítetos.
Durante décadas fomos conhecidos como “o país do futuro”. Anos se passaram, mas o futuro dourado jamais chegou, embora muitos acreditem que um dia isso vai acontecer.
Mundo afora já fomos conhecidos como “o país do jeitinho”, o que de certa maneira nos enchia de orgulho. Mas, ao longo do tempo, notamos que isso se transformou em sinônimo de preguiça de planejar, má vontade para organizar e resistência para pensar de maneira concatenada.
Também já fomos conhecidos como “o país do samba e do Carnaval”, o que nos valeu fama de malemolência, desleixo, vadiagem, embora a festança de Momo atraia milhões de turistas, de dólares e de divisas para o Brasil.
Mais recentemente ficamos mundialmente conhecidos por sediar o maior escândalo de corrupção do mundo, resultado da Operação Lava-Jato. Mas graças ao poder de grandes envolvidos no assalto aos cofres públicos, o escândalo deu em nada. Mesmo assim, R$ 16 bilhões foram devolvidos, embora “não tenha havido crime algum”.
Em pleno século XXI fomos promovidos a país do “não vai dar nada”. Graças a essa postura, grandes vigaristas que dilapidam patrimônio público (e muito dinheiro) são perdoados “na surdina”. Decisões polêmicas são tomadas em meio a outros assuntos, só para desviar a atenção dos brasileiros. A impunidade é a mãe da corrupção, avó da desfaçatez, bisavó do atraso.
Junto aos “raivosos da internet” estão órgãos de
comunicação especializados em destruir biografias
Vivemos uma época de comunicação ilimitada, sem limite de instrumentos, plataformas e ferramentas para divulgar ideias. Apesar da pretensa “ampla liberdade”, basta desagradar a uma pequena, porém ruidosa parcela da sociedade, para cair na desgraça eterna. Os “lacradores”, organizados, covardes e moralistas hipócritas – como todos os moralistas! – pregam a paz, mas praticam o ódio a todos que contrariem seus princípios e valores. Bloqueio de redes sociais, censura de blogs e sites e silêncio imposto na marra completam o arsenal da tal “liberdade”.
Junto aos raivosos da internet estão muitos órgãos de comunicação que se aproveitam da capilaridade para destruir biografias. Quando fica provado que estão errados, raramente fazem um “mea culpa” ou publicam. Quando o fazem é por força de decisão judicial que rendem minúsculas notas de rodapé.
O Brasil, de tamanhas potencialidades, seguirá dividido por muito tempo. Contesto esta história de “polarização”. Hoje temos redes sociais para conhecer outras versões sobre a mesma notícia, sem a “narrativa única”. Sim, há muitas fake news circulando nas redes. Mas fica a pergunta: na grande mídia não existe manipulação de conteúdos?