No final de semana experimentei momentos de grandes emoções. Nada grandioso, resultante de viagens a lugares paradisíacos ou de encontro com celebridades. Foram eventos até certo ponto triviais, mas cujo significado foram indeléveis.
O findi começou com um jantar, sexta-feira, que reuniu meia dúzia de amigos diferenciados. A maioria de longa data, na residência de uma grande parceira de vida. Já no sábado participei do almoço de confraternização dos 100 anos da Fruki Bebidas que teve a participação de 90 pessoas, entre acionistas e seus familiares.
O jantar que iniciou o final de semana é uma daquelas ocasiões em que se fica à vontade, tirando sarro dos amigos, sem temor de mágoas ou más interpretações. Num ambiente aconchegante, com ótima comida caseira preparada pela anfitriã, cada um levou a bebida, mas tinha vinho de ótima procedência e espumante à espera das visitas.
Até a meia-noite jogamos muita conversa fora. Também damos sonoras gargalhadas ao som do Spotfy. Cantamos –todos, é claro, muito desafinados, como a ocasião exigia – em altos brados sucessos eternos de Moacyr Franco, Reginaldo Rossi, Sidney Magal, Odair José, Nelson Ned e José Augusto, entre outros bregas consagrados. Recordamos as reuniões dançantes, os bailes do interior e a adolescência de cada um, o que rendeu revelações impublicáveis e inúmeros causos.
Humildade e disposição para o diálogo
tornam a vida mais simples e prazerosa
No dia seguinte fui a Paverama, município que abriga a nova planta da Fruki, que entrou em funcionamento em dezembro. Depois da visita à fábrica e de conhecer os seus robôs, degustamos um churrasco feito no capricho. O tempero do momento foi o reencontro com inúmeras pessoas, personagens da minha infância e adolescência nos bons tempos do hoje bairro Bela Vista.
Com tios, primas e outras pessoas próximas, muitos que não via há mais de 15/20 anos, revivemos episódios que ficaram marcados na memória e nos corações. A empresa cresceu, tem mais de mil funcionários, mas o espírito familiar pulsa, transformando meu sábado – um dia cinza e de garoa – numa luminosa oportunidade de viver grandes emoções.
Como referi no início, o turbilhão de emoções não demandou grandes despesas ou deslocamentos consideráveis. Parece tão óbvio quanto piegas dizer que as alegrias, que encheram meu coração de reminiscências, estavam ali pertinho. Bastava humildade para buscar pessoas que me são caras, além da disponibilidade para o diálogo e para o perdão.
Por Gilberto Jasper