História também é turismo, assim como turismo também é história. Por isso, nesta semana, contamos um pouco da história de vida de Omar Razek, 85 anos, natural da Palestina e que hoje é comerciante no distrito de Campo Branco em Progresso. Atrás do balcão de vendas ou no corredor do mercado, Omar relembra sua trajetória de vida, desde que chegou ao Brasil em 1961, principalmente por ter sido Mascate, aquele tipo de vendedor que a pé ou a cavalo, de mala em punho, batia de porta em porta pelos rincões de nosso Estado. Entrando no Brasil por São Borja, Omar residiu em Santa Maria e Porto Alegre, se dedicando ao comércio ambulante de roupas. Omar recorda que por diversas vezes só vendia o suficiente para o pernoite no hotel. Durante 20 anos desempenhou o exercício até chegar em Campo Branco onde conheceu a esposa, atuou mais um tempo como mascate e abriu a casa comercial que funciona até hoje com a ajuda da filha Nelzi.
“Fui Mascate, aquela pessoa que chegava nas casas com uma mala cheia de roupas. Entrava e realizava as vendas. Era muito sacrificado pois todos os dias saia de casa sem saber pra onde ir e ainda por cima não sabia falar o português.” A propósito, Nelzi está escrevendo um livro sobre a vida do pai intitulado “Do Rio Jordão ao Rio Fão”. Sobre sua vida, Omar diz que apesar das dificuldades, nunca pensou em desistir. “Sempre tive fé no amanhã. E isto quero deixar como exemplo para todos. Nunca perder a esperança em dias melhores”, comenta Omar, o último Mascate do Vale do Taquari