No fim de semana, estive pela segunda vez em São Paulo para assistir ao Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 na companhia do meu filho. Antes de jogarem pedras neste modesto cronista, taxando-o de burguês, elitista e outros quetais, admito tratar-se de uma programação bastante cara. A “Operação São Paulo” foi viabilizada depois de minucioso planejamento que se inicia um ano antes, com a aquisição do ingresso. Segue com a compra antecipada das passagens e da reserva de acomodações para os três dias de folia automobilística. Em 2024, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) renovou contrato com a prefeitura de São Paulo garantindo a realização das corridas até 2030. O poder público realiza pesados investimentos para trazer à cidade equipes de apoio das escuderias, além de turistas do mundo todo e aficionados brasileiros. A prefeitura sabe que o retorno – financeiro e turístico – é garantido, superando as despesas. Previsões iniciais indicam que cerca de R$ 2,5 bilhões irrigaram a economia do município, além de gerar mais de 40 mil empregos diretos e indiretos. A infraestrutura da Fórmula 1 é altamente profissional e exigente. Por isso, São Paulo é sempre prioridade. Os dirigentes da FIA argumentam que profissionalismo e excelentes instalações logísticas são fundamentais para a escolha da cidade.
Nos últimos cinco anos houve um aumento vertiginoso do público que vai ao Autódromo de Interlagos. Segunda-feira, início da comercialização dos ingressos para 2025, todas as acomodações esgotaram em meia hora. Este ano, foram 291.717 espectadores, contra 267 mil no ano passado. Cito a Fórmula 1 como analogia para a necessidade de profissionalização a fim de turbinar o turismo no município e na região. Contratar empresas e profissionais especializados não é despesa, é investimento que garante retorno para manter os negócios e assegurar ampliações. A Serra gaúcha – Canela, Gramado e toda a região vinícola – é exemplo notório. Não é fruto do acaso. Por muitos anos os municípios tinham calendários de eventos isolados, com resultados medíocres. A união gerou poder de negociação com operadoras de viagens e consultorias em turismo. O resultado virou “case” internacional de sucesso. Pode parecer devaneio comparar com a nossa realidade. Sonhar não custa nada. Investir com critério, profissionalismo e união poderá transformar o Vale do Taquari.