Entre os cuidados que procuro para não me afastar muito do “foco”, estão as referências que sempre pesquiso, em especial se o tema a que me refiro aproxima-se do limite do possível.
O assunto de hoje, longe de retratar uma estória comum, trata da história de uma família, a dos Columbídeos, de caracteres zoológicos semelhantes aos dos galináceos mas com hábitos idênticos aos dos pássaros.
E, como disse, com a história da família antiquíssima e comprovada, logo, fácil contá-la e, melhor ainda, ótimo conhecê-la.
Segundo a Sagrada Escritura da Igreja – a Bíblia – a Pomba da Paz teve participação importante nos âmbitos históricos e religiosos em fatos de grande repercussão e conhecimento da Humanidade, como veremos a seguir.
Parte do que afirmo no título encontra-se entre os capítulos 06 a 08 do Gênesis, nos quais é tratado o Dilúvio Universal, ou simplesmente Dilúvio, sendo assim possível chamá-lo por ser único em grandiosidade e destruição e denominar a chuva de maior intensidade e duração de toda a História da Humanidade: 40 dias e 40 noites.
Pela lógica, o fato comprovado ocorreu em uma date entre os anos 2287 e 2328 a.C., nos arredores do Monte Ararat, na Turquia Moderna, esclarecendo que lá existem apenas dois picos, que se tornaram famosos: o Grande Ararat e o Baixo Ararat, com elevação pouco inferior a 3900 metros.
E onde entra a Lógica?
Ao final do Dilúvio, em um dos dois picos do Ararat ficou presa a Arca de Noé, ponto inclusive destacado no Turismo Histórico da Turquia.
Faço questão de posicionar:
A Versão Religiosa confirma ter ocorrido o Dilúvio Universal e não só naquele canto do Globo Terrestre.
Cálculos feitos por Catedráticos das Ciências ligadas ao assunto, reunidos com a única finalidade de dar uma opinião sobre o fato, disseram ser possível, por sua intensidade e duração, o Dilúvio ter coberto qualquer um dos dois picos já citados, mas que se a intensidade e duração fossem consideradas para toda a superfície da Terra, a altura máxima do que poderia ser coberto pelas águas não chegaria a 15 centímetros.
Ressalvo as eventuais dúvidas mas relembro o principal: ao final dos 40 dias e 40 noites do Dilúvio, uma pomba foi enviada para ver o que estava acontecendo “lá fora” e ela voltou com um ramo de Oliveira no bico, excelente fonte de tranquilidade e paz para todos.
No cumprimento de uma existência voltada a prestar relevantes serviços a Pomba da Paz, ainda segundo a Bíblia, estava presente há 1979 anos, quase 20 séculos atrás, portanto, por ocasião do batizado de Jesus Cristo.
Neste contexto, sua presença se deu lembrando o Espírito Santo, 3º componente da Santíssima Trindade.
Para encerrar essa trajetória de uma família voltada à Paz, não posso deixar de citar e situar a Pomba Branca da Paz, hoje já conhecida em todo o mundo por suas penas alvíssimas, que compareceu e tornou bem mais suportável a dor nas exéquias do Cardeal Dom Eugênio Sales, do Rio de Janeiro, há pouco mais de uma semana.
A Pomba Branca da Paz, uma das integrantes da mesma família que ora exalto, representou um toque de extraordinária ternura e suavidade em uma cerimônia onde esses dois sentimentos, compreensivelmente, costumam ceder lugar à tristeza e à desolação.
O visual daquele pássaro, inserindo-se com muita graça nos importantes detalhes de uma perda irreparável, lembrou a cena tantas vezes já vista, principalmente em filmes ou pinturas sobre o Dilúvio, da antepassada que trazia no bico um ramo de oliveira, árvore que, na Antiguidade, mais do que hoje, foi símbolo de Sabedoria, Abundância, Glória e Paz, justo o que o Rio de Janeiro disse e demonstrou ao seu amigo e benfeitor D. Eugênio Sales.
Uma despedida que sem dúvida contou com a presença do Espírito Santo, por todos os Católicos Apostólicos Romanos sempre reforçada pela figura afetuosa e meiga de uma pomba branca. Que, no ato, parecia estar tomando conta de um amigo, até quando lhe fosse possível…