Não há como negar: a descoberta da camada de sal, em 2008, no Oceano Atlântico, sob a qual estaria uma jazida de petróleo estimada em 90 bilhões de barris, foi a grande notícia já de todo o século 21, para o país.
Com 3 Km de espessura, a camada de pré-sal, como passou a ser conhecida, desde o início cumpriu papel que caberia ao próprio petróleo já extraído: abastecer de esperança cada brasileiro, revivendo sua confiança e possibilitando a todos, acreditarem nos seus sonhos.
Um pouco mais tarde, a confirmação da Copa do Mundo de Futebol em nosso país levou ao otimismo e à consequente criação de novas ideias e projetos, capazes de construir um clima positivo para a realização de um evento vitorioso. Logo em seguida, aqui no Estado, a cidade de Rio Grande, antes situada na saída do RS, como se dizia, tornou-se a entrada para o emprego, os investimentos e o progresso, todos importantes para reduzir e até eliminar as dúvidas de quem ainda permanecia descrente.
Com o andamento dos meses, o Brasil passou a ser considerado a 6ª economia do planeta, tendo superado a Inglaterra nesta posição e confirmado uma participação de vanguarda entre os integrantes do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa).
O discurso da presidenta Dilma Rousseff, na Abertura da Assembleia Geral da ONU, serviu para destacar a presença brasileira no contexto internacional. Primeira mulher a abrir as sessões da ONU desde 1947, Dilma Rousseff mostrou estar habituada a solenidades dotadas de tão grande responsabilidade e exigência.
Hoje, sua presença segura e respeitável, pode ser vista inclusive nas Assembleias para tratar de crises no grupo do Euro, onde foram fundamentais, mais de uma vez, suas sugestões e suas ideias de abrir caminhos, com vistas à participação de todos, inclusive países não-europeus.
E, ainda há pouco, para encerrar este conjunto de fatos positivos para nosso país, com a mais democrática e transparente participação, as urnas elegeram reivindicações e projetos aptos a facilitar oportunidades e investimentos, itens capazes de garantir desenvolvimento e empregos.
Por que, então, as pesquisas mostram que quase 80% dos gaúchos estão estressados, o que é indício de enfermidades preocupantes e em grande parte dos casos, fatais?
1- Eles ou suas famílias já foram assaltados ou sofreram violência?
2- Temem ser assaltados?
3- Sentem-se inseguros no emprego?
4- A cada ano eles se sentem mais endividados?
5- Eles entram nas filas da Saúde, com alguma frequência, à noite, para tentar atendimento médico no dia seguinte?
6- Eles vão para o trabalho de ônibus, em pé, todos os dias?
7- Vão ao trabalho com seus automóveis, sujeitos aos congestionamentos de trânsito cada vez mais demorados?
8- Têm filhos que estudam à noite e atravessam ruas desertas e com segurança duvidosa?
9- Terão eles problemas familiares?
10- Seus problemas passam também por uma aposentadoria que há dez anos era de 3 salários mínimos e que agora não chega a 2 salários?
Apresento algumas sugestões mais comuns, o que nem sempre quer dizer, menos graves. Mas sei que uma forte motivação para o aumento do estresse, é trabalhar com toda a dedicação e profissionalismo e ver o salário insuficiente ao final de cada mês. Enquanto isso, é comum encontrar salários várias vezes superiores aos seus, pagos para quem muitas vezes nem sequer merece a metade dele. E aumentos dados a rodo, ou seja, para muito “pendurador de cabide”.
Por isso, o título da crônica de hoje: de nada adianta uma isolada soma de valores positivos. Interessa é que os temas essenciais, ou seja, os que podem causar estresse, sejam tratados com a urgência necessária, antes do mínimo sinal de que estão na iminência de pedir ajuda.
Se isso não for seguido à risca, não existe a menor possibilidade de ser construída uma casa para o verão de ontem. Se você perdeu essa briga, como empregador ou trabalhador, comece hoje a construir a casa de hoje. Porque amanhã, a casa de hoje já será a de ontem.