A maioria dos leitores sabe e traduz o que está escrito no título desta, mas vale a pena trabalhar um pouco no significado e na maneira de escrever a palavra poder, que em realidade tem mais de um emprego.
No primeiro caso aí acima, escrita com “caixa baixa” (letra minúscula) a palavra poder exerce a função de verbo e significa “ter a faculdade de”, “ser capaz de”, “haver possibilidade de”, “ter autorização para”, além de inúmeras outras aplicações como verbo.
No segundo caso, ainda no título da matéria, Poder com caixa alta (letra maiúscula), significa direito de agir, de comandar, autoridade, governo de um país, Poder espiritual” (que pertence às Igrejas”), ou ainda,”o conjunto de atribuições que alguém poder exercer em função do cargo”, “os três poderes que compõem o governo de uma República” (Legislativo, Executivo, Judiciário), além dos “Poderes públicos”, conjunto de autoridades governamentais que detêm o Poder num país …
Seguindo em frente, a explicação se faz necessária para esclarecer: em qualquer ângulo que se examine o ocorrido no caso do Grêmio Futebol Porto Alegrense, a palavra poder identifica-se, no primeiro caso, com verbo e no segundo, com verba, muito embora a utilização da palavra, no que se refere ao Grêmio não tenha tido a finalidade de “conseguir verbas governamentais para as obras da Arena” e sim, “alcançar resultados que possam evitar pedir verbas ao governo”, no caso, “valorizar de tal forma o produto do seu esforço (construção de uma obra multifacetada, com dezenas de aplicações ou resultados), que torna imperioso aos investidores apoiá-la por representar vantagem financeira ou institucional a quem o faça.
O gol de placa marcado pelo Grêmio ao construir sua avançada e magnífica Arena sob as dúvidas de muitos, inclusive em alguns detalhes, deste próprio cronista (lá, bem no início e com duração até a 1ª explicação) merece os cumprimentos de todos os gaúchos e brasileiros, antecedidos pelos pedidos de desculpas ao Paulo Odone e ao Antonini, que “não sabiam que era impossível, foram lá e fizeram”…
A Arena Gremista, com capacidade total para 60.170 torcedores, 56 metros de altura, 408 refletores, 18 elevadores e 103 catracas de acesso, merece todas as referências e elogios recebidos – sempre em números crescentes e altamente justificáveis.
As citações comparativas com o tradicional e festejado Estádio Olímpico, enaltecem o Clube e o antigo Estádio, pelo comportamento diferenciado: em vez de utilizar verbas públicas para a construção da Arena, a verba gremista será a entrega da área onde hoje situa-se o estádio Olímpico.
Ao oferecer a área como moeda de troca à OAS, o Grêmio não só conquistou um parceiro mas garantiu, com inteligência e com algum investimento (35%), os próximos 20 anos sem a utilização de verbas públicas e com um inigualável monumento, capaz de multiplicar sua capacidade de negócios e mostrar qual é o comportamento correto.
Em resumo: essa batalha foi “algumas vezes maior e mais difícil” que a dos Aflitos. Até porque a Arena jamais afligiu ou afligirá o Grêmio e sim, tem tudo para mostrar-se como seu maior feito e, no futuro, capaz de facilitar a conquista de outros feitos, também grandiosos.
Parabéns, Grêmio; Parabéns, Gremistas e Parabéns, Rio Grande do Sul!