Claro que em primeiro lugar devo lembrar a profecia de Nostradamus (Michel de Notre Dame), astrólogo e médico francês, que viveu entre 1503 e 1566, datas distantes que não o impediram de, entre dezenas de outras profecias feitas, anunciar que o próximo Pontífice da Igreja Católica será um negro.
Em suas Centúrias Astrológicas, em linguagem não muito acessível, Nostradamus acertou muito mais do que errou.
É bem possível que esta predição do francês que anteviu como seria o mundo nos próximos seis séculos (isso lá no Século XVI) esteja correta. O que quer dizer que o continente Africano, de movimentação crescente em todos os conclaves, é capaz de obter êxito em suas sempre muito bem defendidas e apresentadas expectativas.
Voltando ao hoje já Papa Emérito, é importante analisar sua eleição e sua renúncia, de forma bem resumida:
1. Joseph Ratzinger era considerado o grande favorito da eleição para o Pontificado em 2005, contribuindo para tanto o fato de ser europeu, em um período onde o esforço para unir e valorizar cada país participante do Euro era questão de Honra, digamos assim;
ter sido Prefeito para a Doutrina da Fé – cargo que exerceu por 23 anos, nomeado pelo Papa João Paulo II – somou muito, ainda mais se considerarmos a amizade que os uniu;
2. Ratzinger foi Decano do Colégio dos Cardeais, em 2002, e influente integrante da Curia Romana; no Segundo Concílio do Vaticano (1962-65), como assistente do Cardeal Joseph Frings, em Köln (Colônia), o agora autoafastado do Pontificado apresentou a proposta da realização da Missa na língua local, em vez do Latim. Vencida a ideia, seu prestígio, que já era grande, aumentou e consolidou-se.
Identificados alguns dos inúmeros motivos pelos quais o hoje Papa Emérito foi eleito, é bom que se conheça o que hoje domina o noticiário internacional, já analisando o que é importante para a eleição do próximo Papa:
a. Que ele não seja nem muito idoso e nem muito jovem; em se tratando de Cardeais, isso quer dizer “que não tenha menos de 63 anos e nem mais de 75”. Ratzinger foi eleito aos 78 anos, o que serve de referência.
b. Que não seja europeu ou lá exerça sua atividade Cardinalícia. É simples: já há algum tempo os países da Região do Euro – nem sempre com sucesso – lutam pela consolidação de sua Economia.
Detalhe: uma Entidade com mais de l bilhão de seguidores exige alguém de comprovada capacidade para Presidir a Maior Congregação Religiosa do Planeta mas o fundamental é que o “clima” existente na Região ou no Continente seja otimista, contribua para o sucesso da iniciativa, do empreendimento ou mesmo, da experiência que em princípio será eleger um Papa não europeu.
c. É extremamente importante que o Novo Papa saiba como tratar as causas polêmicas (aborto, eutanásia, métodos contraceptivos, métodos de fertilização, casamento homossexual, adoção de crianças por casais do mesmo sexo etc).
Resumo: é necessário que o Novo Papa seja jovem (comparativamente), um homem capaz de compreender os avanços (ou não) da época, cauteloso sem ser conservador ao extremo – o número de jovens entre os fiéis está em crescimento e é quase decisivo em alguns países. Tudo isso pede que o eleito seja evoluído e receptivo o suficiente para buscar uma posição comum a todas as crenças.
Um alerta: “declarar que distribuir preservativos é agravar o problema da AIDS” pode ter sido o princípio do fim de um Papa digno, correto, inteligente, mas talvez não muito sutil.
Por que o título desta página diz que o Papa pode ser gaúcho?
– Porque o Brasil é o país que tem o maior número de Católicos Romanos de todo o Planeta e dos cinco Cardeais Brasileiros que estarão no Conclave de eleição do Novo Papa, três deles são gaúchos;
– Porque a quase totalidade dos temas que inviabilizaram Bento XVI para ele mesmo, está sendo tratada ou discutida no Brasil já há um bom tempo, com um percentual significativo iniciado e desenvolvido no RS;
– Porque as políticas brasileiras (partidária, monetária, social, cultural etc) estão sendo permanentemente melhoradas e adaptadas às necessidades da população. Há erros? Claro que sim, mas não existe uma determinação definitiva de manter esses erros.
Detalhe importante: D. Bento XVI nomeou 67 dos 115 Cardeais com Direito a Voto (menos de 80 anos). Não tenho a mínima dúvida de que o agora Papa Emérito foi consultado pela maioria dos Cardeais por ele indicados e que seguirão suas orientações. É quase certo que estas certamente serão as experiências que resultaram na nova eleição, o que em breve ocorrerá.
Os Brasileiros e Gaúchos Cardeal D. Odilo Pedro Scherer, 63 anos, natural de Cerro Largo, Arcebispo Metropolitano de São Paulo e nomeado por Bento XVI em 2007 e D. Cláudio Hummes, 78 anos, natural de Montenegro e defensor da iniciativa da renúncia do Ex- Sumo Pontífice, alertaram para uma observação que o Papa Bento XVI fez quando esteve no Brasil: “A Igreja deve estar perto do povo e dos pobres”.
Nesta frase e nas razões que exponho nesta Portal Mix, mais do que minha expectativa estão a certeza de que o Brasil poderá ser reconhecido, NA PRÁTICA, como o país que abriga o maior número de Católicos Romanos do Planeta. E recompensado.
Que assim seja!!!