Arroio do Meio – Os leites ficaram mais caros para o consumidor. Nas gôndolas de mercados da cidade, o preço sofreu um aumento médio de 10%. Entre os motivos apontados estão a entressafra da matéria-prima, além da fraude do leite – que, na região, elevou o preço do produto em função da falta de oferta para atender a demanda.
O consumidor que pagava R$ 1,95 pelo litro do leite longa vida, passou a desembolsar R$ 2,15. Um dos motivos alegados pelos distribuidores, segundo a gerente de supermercado Denise Friedrich, é a entressafra. Porém, afirma que motivo mais forte foi o resultado da operação Leite Compen$ado, realizada em maio. “Algumas cooperativas foram impedidas de produzir temporariamente”, disse Denise.
A medida obrigou as outras empresas a atenderem a demanda. Não tendo como cobrir todos os pedidos, os estabelecimentos foram obrigadas a elevar o preço do longa vida (caixinha). “O preço, no entanto, já está baixando, pois a produção está voltando ao normal”, explica a gerente.
20,3% em um ano
O preço deste produto subiu 20,33% no último ano no Rio Grande do Sul, segundo dados do Centro de Estudos e Pesquisas Econômica (Iepe) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a alta do leite foi o que mais impactou a inflação de Porto Alegre no último mês. “ Neste momento, as pastagens são menores, a oferta de alimento para o gado é menor e isso acarreta produtividade menor “, diz o coordenador da FGV no Estado, Márcio Mendes da Silva.
A expectativa é que os valores para o consumidor final aumentem ainda mais até o fim do inverno, segundo o gerente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Francisco Schmidt. “Poderá aumentar até mais 10% sobre o preço atual do produto. Vai depender muito da intensidade da entressafra e do clima”, diz Schmidt.
De acordo com o secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, o preço internacional do leite em pó também contribuiu para os aumentos de preços no Estado. “O preço internacional voltou ao patamar de US$ 5 mil a tonelada, o que havia acontecido apenas em 2007. No ano passado, o valor estava em US$ 2,2 mil a tonelada, com cotação do dólar em R$ 1,70”, lembra.