Apenas para não deixar em branco dados e fatos da maior importância e poucos conhecidos, registro que o começo da história do petróleo deu-se na Era mesozoica (250 a 65 milhões de anos), possivelmente no período Jurássico, com a decomposição de materiais orgânicos que foram se depositando sob a estrutura rochosa, a partir da separação da África e da América, ocorrido do sul para o norte.
Essa separação fundamentou uma ideia de Alfred Wegener (1880-1930), astrônomo, geofísico e meteorologista alemão, ideia que em 1912 foi apresentada como Teoria da Deriva dos Continentes, comprovada pela simples visualização do encaixe, quase perfeito, entre os recortes das Costas Atânticas Africanas e Americanas.
Antes de continuar a história desta riqueza inigualável que é o óleo mineral, natural e combustível, é importante salientar sua cor muito escura e seu cheiro característico, mais ou menos pronunciado, densidade que varia de 0,8 a 0,95 e sua formação por hidrocarbonetos.
Aliás, o petróleo está muitas vezes associado às rochas porosas que impregna, à água salgada e aos hidrocarbonetos gasosos; é formado pela composição de substâncias orgânicas sob a ação de micróbios anaeróbicos.
Esse conjunto possibilita, quando sob o mar, a evolução geológica das regiões onde se deposita, conduz muitas vezes a formação de “pregas”moderadas, com o Petróleo e sua tendência a concentrar-se na parte convexa das mesmas.
Penso serem suficientes estas pequenas descrições que ocorrem com o óleo mineral combustível batizado como petróleo.
Lembro, com um certo mal-estar, dos “incontáveis especialistas em descobrir petróleo” que estiveram no Brasil em meados do século XX, eles, sem dúvida, sabedores de onde se localizava a moeda brasileira, maior tesouro que procuravam.
Em 1926, alguns anos antes do que acima referi, Monteiro Lobato – paulista de Taubaté – foi convidado pelo Presidente brasileiro, Washington Luis, para ser Adido Comercial do Brasil nos Estados Unidos, de onde retornou em 1932.
Foi nesse ano que Lobato escreveu América, livro sobre petróleo e aço, que no seu entender poderiam transformar nosso país em potência mundial, justamente o ocorrido no caso americano.
Em 1933 – há 81 anos, portanto – Monteiro Lobato fundou a Cia Petróleo do Brasil, com a qual conseguiu extrair (pouco) petróleo em Araquá, na Bahia.
Nesse ano Lobato viajou pelo Brasil, denunciando manobras dos grandes trustes do petróleo para impedir que o país explorasse suas jazidas que ele sempre afirmou existirem.
Em 1935, Lobato escreveu a Getúlio Vargas uma carta de grande repercussão, na qual existia uma crítica à inexistência de uma política sobre o petróleo, no Brasil.
Em abril de 1938, durante o Estado Novo – nome que deu a sua ditadura, Vargas criou o Conselho Nacional do Petróleo, com o fim de formatar uma composição que garantisse a posse e a extração do petróleo no Brasil.
Dez anos depois, no mês de julho, morre em São Paulo, José Bento Monteiro Lobato, um dos responsáveis pela criação da Petrobras (por sua insistência).
A 03 de outubro de 1953, já como Presidente Eleito, Getúlio criou a Petrobras, suicidando-se na madrugada de 24 de agosto do ano seguinte, no Palácio do Catete.
Em 1970, Emílio Garrastazu Medici, Presidente brasileiro no regime ditatorial, decidiu-se por adotar um mar territorial mais extenso, já que na época, não existia qualquer norma internacional sobre a matéria.
Seu argumento: “O país costeiro é livre para determinar a própria largura de sua fronteira marítima”, definindo-a em 200 milhas em 1982, na conclusão da III Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.
No ano de 2007, no Governo Lula, foi comunicada a descoberta do Pré-Sal, uma riquíssima província de petróleo (160.000 Km²), não só capaz de colocar-nos entre as maiores reservas do Mundo, mas também uma fonte de conflitos, pela importância do produto como maior gerador de energia do Planeta, em consumo crescente e já superior à Produção Mundial.
Aprovada em 06 de agosto de 1997, a Lei 9478, conhecida como Lei do Petróleo, havia marcado o fim do monopólio estatal do Óleo no brasil, quanto à produção, refino e transporte de matéria prima.
Neste exato momento, no território brasileiro debate-se a aquisição de uma Refinaria de Petróleo, nos Estados Unidos, pela Petrobras, destacando-se como responsável pela compra – que não seria interessante para o Brasil – a própria Dilma Rousseff. Tanto quanto a conheço de entrevistas que com ela mantive, em sua posição de Secretária Estadual de Minas e Energia no Governo Gaúcho, me foi dado conviver com sua Competência e Honestidade indiscutíveis.
Acompanharei, de perto, o que pode, em princípio, ser uma “armação” da época eleitoral, especialmente quando a diferença observada em pesquisas políticas posiciona como grande favorita a pessoa acusada de leviandade.
Voltarei ao tema quando devidamente convencido do que ocorreu.
Pelo que pude conhecer da atual Presidenta brasileira, o que se fala por aí está longe da Verdade.
Quem viver, saberá.