A palavra “Fadiga” vem do latim “Fatigare” que significa cansar.
Passou a ser usada, com frequência, no século XIX (1840, em diante), em especial depois do acidente que vitimou um trem nas proximidades de Versailles, há 23 km de Paris.
Nessa tragédia morreram 60 pessoas, o que mobilizou grandes nomes ligados à Segurança, em plena época do aumento do uso do aço em estruturas, liderados pelo cuidado com as pontes em sistemas ferroviários.
WJM Rankine, engenheiro ferroviário britânico, um dos que investigaram as causas do acidente, reconheceu encontrar “Fadiga” em alguns equipamentos dos vagões e locomotiva, consequência da concentração de tensões que reduziram a área de resistência da composição.
Rankine, ao proclamar suas conclusões, determinou o uso de uma expressão que ingressou na História.
“Fadiga”, pouco tempo depois, passou a ser também, a causa dos esforços alternados que produziam “trincas” (rachaduras, frestas) em geral, nas superfícies das pontes de aço mais extensas e submetidas a pesos descomunais, como a passagem frequente de grandes composições férreas (trens com dezenas de vagões carregados, por exemplo).
De lá até nossos dias, definiu-se que “Fadiga” é a mudança estrutural irreversível que ocorre em materiais sujeitos a flutuações ou deformações, resultando em “trincas” ou “fraturas” após um determinado número dessas “flutuações”.
Neste ponto, existe uma relação lógica entre os Metais e os Países, o que se verifica mediante a uma simples descrição:
– País é um território social, política e geograficamente delimitado; nação; terra ou região; o Reino; o Império ou um República.
A “Fadiga” é o dano que acontecerá mais cedo ou mais tarde ao Sistema Vital de qualquer um dos dois (Metais ou Países), a partir do momento em que suas flutuações ou deformações forem suficientes para provocar “trincas ou fraturas” nos seus hábitos e costumes.
Tudo isso multiplicado pelo peso da carga (ou pelo número de habitantes do país e seus índices de medição de alguns itens), o que poderá ser um freio ou um acelerador, como veremos mais adiante.
Por enquanto, admite-se que também os países podem sofrer “Fadiga”, à medida em que o Tempo os “enquadre” na quilometragem ou no desgaste certo para tanto. Saliento que sua Segurança anti “Fadiga” chama-se IDH – Índice de Desenvolvimento Humano.
Divide-se em três graus: os Países “desenvolvidos”, os “em desenvolvimento” e os “subdesenvolvidos”.
Para calcular o IDH são considerados, entre outros itens, a Expectativa de Vida ao Nascer, o Índice da Educação de sua população e seu PIB per Capita.
Esses elementos são o diferencial entre Metais e Países.
Enquanto no 1° caso (Metais, são suficientes o Tempo e a Concentração de Tensões para determinar uma “Fadiga”,no 2° caso ( dos Países) o Tempo pode até ser o elemento negativo, mas não é suficiente para “forçar” a ocorrência de uma “Fadiga”, já que o IDH se for positivo, bastará para decretar que “aquele País, mesmo milenar, não cederá à “Fadiga” uma vez que tem “uma população desenvolvida e PIB per Capita Superior, além de uma boa Expectativa de Vida ao Nascer”, isto é “está preparado para O Futuro”.
O que já percorremos, neste assunto, deixa claro que estar entre os “desenvolvidos” é quase uma Segurança de que não haverá perigo de “Fadiga”, pelos vários itens com capacidade para contrapor a uma eventual “tragédia”.
Basta voltar 2 anos no Tempo e chegaremos à situação em que um País novo super-bem posicionado no IDH, com ótima pontuação nos itens Educação e PIB per Capita, quase se deu mal: os Estados Unidos foram salvos de uma catástrofe financeira por contarem com os freios do IDH e também por serem um País jovem – Independência declarada a 04/julho/1776 (235 anos) e reconhecida a 03/set/1783 (228).
A Grécia, cuja posição no IDH, é muito boa, consta entre os 47 melhores Países do mundo, mas está longe de ter uma situação tranquila.
Pode-se dizer o mesmo da Espanha (entre os 23 melhores) da Itália (24ª) e da França (20ª) os três, Países com dificuldades para voltarem a ocupar a mesma posição em que já estiveram antes, na Economia.
Por isso, um alerta: o Brasil está crescendo, mas ainda não figura entre os grandes no IDH.
Logo, onde comprovadamente precisamos avançar mais é na Educação, fundamental para que o Nosso Trem Não Salte Fora dos Trilhos.
É bom trabalharmos à exaustão para melhorar este detalhe.
Esta é uma Verdade pra lá de comprovada!
*Patrono da Cadeira nº 8: José Theodoro de Souza Lobo