É impressionante a semelhança das lesões que ocorreram nas Copas do Mundo de 1962 (Chile) e 2014(Brasil), separadas uma da outra por detalhes que parecem fazer parte de uma “saga”- denominação dada pelos romanos às bruxas e feiticeiros(as), há alguns séculos atrás.
Em 1962, o Camisa 10 do Brasil era Pelé, então com 21 anos, nascido em Três Corações (MG) a 23 de outubro de 1940, considerado pelo mundo inteiro o melhor jogador de futebol de todos os tempos, com inúmeras e justificadas razões.
Em 2014, o Camisa 10 do Brasil era, até poucas horas, Neymar, considerado o Melhor Camisa 10 do Brasil e o Mais capacitado jogador para fazer do Brasil o Hexacampeão da Copa do Mundo, disputada nesta.
Pelé foi afastado da Copa do Mundo de 1962 por um lance acontecido em jogo contra a Tchecoslováquia: um estiramento muscular de proporção maior que a média, provocado por uma jogada na qual Pelé estendeu uma das pernas em movimento brusco, valeu-lhe, de imediato, uma dor lancinante (aguda) e um descanso de algumas semanas.
Neymar deixou o gramado do Estádio Castelão, em Fortaleza, depois de haver recebido um traiçoeiro e estudado joelhaço com intenções indesculpáveis, comprovadas pelas câmeras que acompanharam os gestos do jogador/agressor Zúniga, da seleção Colombiana.
O golpe criminoso (se você não viu, tente ver o lance pelos vários detalhes disponibilizados) jogou Neymar no chão e na dor, só reduzida algum tempo depois, tempo no qual a maior esperança do time pentacampeão do mundo do futebol foi levada por um golpe de maldade.
O misto de mal-intencionado com mau caráter, seguido de perto pela câmera de um dos canais que o tinham na mira, procurou posicionar-se bem atrás de Neymar, de maneira a ficar o mais dissimulado possível, a não ser depois do joelhaço, onde sua intenção já estava consumida.
A agressão sofrida por Neymar não foi só culpa de Zúñiga, mas teve a fazer-lhe companhia o juiz Carlos Vellasco Carballo, que até pode ser um razoável juiz de futebol, mas que no jogo Brasil e Colômbia mostrou despreparo, para não dizer, postou-se ao lado dos colombianos, relevando uma coleção inteira de faltas violentas e desleais.
A falta/agressão sofrida pelo 10 brasileiro não mereceu qualquer repreensão, advertência ou cartão do juiz espanhol, que ao deixar correr solta uma coleção inteira de faltas “pesadas”, mostrou, pelo menos desta vez, que não está preparado para apitar jogos que exijam mão forte e controle da situação em tempo integral.
Quero utilizar esta oportunidade para dizer que o futebol, a começar pelo Campeonato brasileiro e incluindo jogos da Libertadores da América, está aceitando atitudes que há muito já saíram das regras do jogo e invadiram a permissividade, antigamente proibida e punida.
O agarra-agarra, cometido por defensores e atacantes , que mais parece ser um baile de mau gosto – durante a cobrança de escanteios ou faltas próximas ao gol, é a demonstração de que estamos nos afastando de uma melhor qualidade, próxima, hoje, ao que se joga na Inglaterra, França e na Espanha, por exemplo.
Outros detalhes: ao faltarem poucos minutos para o final da partida, o time que está vencendo desenvolve um cai-cai ou lenta-caminhada em faltas, escanteios, laterais com o objetivo de fazer o tempo escoar-se, o que nunca é controlado pelos juízes e transformando-se na forma que o faltoso (time autor do lento proceder) busca e consegue.
Peço desculpas por acrescentar sugestões sobre futebol, sem estar mais ligado a esta área. Porém, há mais de 60 anos pertenço à área dos apreciadores do futebol, sem jogadores sendo artistas de parecerem – agredidos e rolarem aos gritos.
O jogo é de futebol. Filmes cômicos são outra coisa, muito diferente, aliás.