Não precisa ser expert em nada, nem mesmo doutor em Economia e Finanças para saber que muitas coisas mudaram no Brasil, o que é mais um ponto a favor da “coincidência de mandatos”, que há 20 anos não acontecia por aqui, até as últimas eleições, portadoras da novidade.
Se é verdade que o atual Governo, manteve o alto número de Ministérios e sua alta demanda de verba para o apoio, também não é menos verdade que “o número de viagens para o exterior do Mandato” – leia-se que o número de Ministros ou funcionários do 1º time – com muita rapidez viram-se dispensados, como há muito não se verificava por aqui.
Aliás, casos desse tipo aconteceram de forma avolumada, pois foram punidos inúmeros que se sentiam “senhores do cargo” porque ou fingiam que não sabiam, ou não controlaram, ou ainda participaram de irregularidades em suas pastas.
Destes casos, restou a indiscutível melhora. Quem estava errando (demais) pagou com a imagem – além do cargo – pela evidência de que “cara de quem participa” não é “cara de quem não sabia mesmo”.
Aliás, não há como negar: uma indiscutível melhora invadiu o país de ponta a ponta, e até arrisco dizer que, no mínimo 40% da população acredita que ainda exista espaço para aperfeiçoar mais.
Como referi acima, pelo menos no RS a coincidência de mandatos era mesmo necessária e não acontecia por aqui há mais de 20 anos (cinco eleições).
Com o cuidado de quem procura mirar cada vez mais perto do alvo, dediquei-me a acompanhar o desempenho de Dilma Rousseff, no meu ponto de vista fortalecida pela grande arrancada rumo ao futuro, quando congelou 50 bilhões dos reais programados para o PAC.
Na ocasião, foi preciso medir bem as consequências de não cumprir à risca o prometido e, ao mesmo tempo, dirigir o resultado da iniciativa para evitar as carências de investimentos na Saúde, na Educação e no Transporte, sem esquecer o financiamento na lavoura.
Ratifico, aqui, o que já pensava sobre a coincidência de mandatos e também, lembro a lição que o Brasil aprendeu desde as décadas de 80 e 90 com a famosa Bancada Nordestina: o Grande Partido era O Nordeste e era só nele que seus deputados pensavam, em uníssono.
Penso ser fundamental que se tente o que já foi concedido para a Capital e Grande Porto Alegre, muito embora saiba que é para essa Região que convergem as “caravanas” de “pacientes da Saúde” (quem me acompanha sabe que sou defensor da Regionalização da Saúde): prefeitos e suas demandas, empresários e suas necessidades de incrementar vendas e empregos e as crescentes ondas de recém-formados e profissionais, em busca de emprego, futuro e qualidade de vida.
Boa parte dessa concentração poderá ser atendida pelo próprio Interior do Estado, desde que garantidas as Verbas que, pelo volume necessário, só poderão vir do Governo Federal (com a força aumentada pela Coincidência de Mandatos, se a isso possibilitar o desejo da maioria).
Saliento: quanto mais aumenta a diferença de dotações entre a Grande Porto Alegre e o restante do Rio Grande do Sul, mais se estará promovendo o êxodo rural, movimento que ao vitimar o Interior, mexe com sua mao de obra sob dois aspectos:
1º- os recém-chegados aos 18 anos, com suas Carteiras Novas de Trabalho, buscarão preenchê-las na Capital e periferia;
2º- a mão de obra mais qualificada, em boa parte, tenderá a levar seu conhecimento e participação para longe da origem, o que nem sempre é desejo da maioria.
Convém não esquecer que nos últimos anos, a Agricultura foi o grande acelerador do PIB gaúcho.
Se este comportamento de novo se verificar, as portas da Saúde, da Educação e da Segurança se abrirão, não necessariamente nesta ordem.
Que se abram na direção de um Grande beneficiado: o povo gaúcho.
Assim seja!