Depois das últimas conquistas na área esportiva – a Honra de Sediar a Copa do Mundo de Futebol em 2014 em vários estados e os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro – a maioria dos brasileiros está tomada por uma espécie de mania de pensar o futuro, o que, convenhamos, já devia ter se apossado do povo há muito mais tempo, mas, afinal, prevaleceu o ditado: “antes tarde do que nunca”.
A preocupação de pensar o amanhã, nos leva, por incrível que pareça, a mais de 3.000 anos A.C., quando da formação das primeiras cidades, criadas, segundo teorias aceitas, com base na necessidade de ficarem próximas a grandes fontes de água.
Por isso mesmo, a História menciona o povo Sumério, responsável pela escrita cuneiforme e pela construção de Ur, Uruk e Legash, na Mesopotâmia (meso = meio; potamo = rio, ou região Entre Rios), as primeiras demonstrações gregárias do homem.
O termo gregário é um adjetivo que refere algo próprio aos animais, o homem entre eles, que é a tendência que os leva a se juntarem e, ao fazê-lo, perder suas características individuais.
Notícias originadas mais próximas de nossa época, destacam os Jogos Olímpicos de 776 A.C., realizados no Santuário de Zeus, em Olímpia, situado na Região ocidental do Peloponeso.
O Monte Olimpo, que empresta seu nome ao Santuário, localiza-se longe dali, em Tessália, norte da Grécia, segundo a mitologia grega, lugar onde ficava a residência dos deuses.
Desde a primeira Olimpíada, a orientação dos jogos era a do respeito à trégua sagrada, isto é, durante os jogos, era proibido qualquer tipo de guerra ou confronto, visando a proteger espectadores e atletas, durante seu deslocamento na ida, estada e regresso.
Na primeira quinzena após a indicação do Rio de Janeiro como Sede dos Jogos Olímpicos de 2016, a expectativa do mundo tem sido um misto de dúvida e alegria, admiração e suspeita, fé e incerteza, especialmente no que se refere ao item segurança.
Nada mais desafiador para uma cidade que já foi capital do país, tem quase seis milhões e duzentos mil habitantes e é conhecida por ser a Cidade Maravilhosa, construída entre as maiores declarações de amor que a natureza pode fazer a um conglomerado humano.
O que move os aspectos negativos dos poucos que não aprovaram a escolha carioca, é a permanente guerra fratricida travada no Rio entre a polícia e os chefões da droga, uma luta aberta e com um número elevado de balas perdidas, que agita a vida comunitária nos morros e tem seu momento de glória ao longo do carnaval, onde a droga participa da festa.
Em meio a fontes de água inesgotáveis e paradisíacas, local de grandes manifestações coletivas e sede de memoráveis shows musicais e filmes internacionais, creio que o Rio de Janeiro superará, em muito, o justificado medo de parte da população mundial, firmando-se como uma cidade capaz de manter os ideais olímpicos e, ao mesmo tempo, de elevar a temperatura dos jogos até onde nunca esteve.
Para tanto, contará com o calor humano e com a vibração de uma torcida entusiasmada, capaz de multiplicar o vigor e a resistência dos atletas brasileiros, tornando-os sempre mais capazes, sempre mais motivados, sempre mais próximos da vitória.
Quanto à segurança, não tenho qualquer dúvida sobre o clima que reinará durante os jogos. É bem possível, porém, que logo após o término das Olimpíadas, voltem a acontecer os desmandos de sempre, de parte a parte.
Até lá, os cinco anéis do ideal olímpico, representando os cinco continentes, serão os verdadeiros soberanos de uma festa a ser lembrada para sempre.
A partir de agora, todos ao trabalho. Para mostrar, mais uma vez, que o Brasil é campeão também na produção de eventos.
Basta querer!