É bom deixarmos claro que o primeiro grande passo da urna eletrônica, no mundo inteiro, foi dado em Brusque (SC), cidade situada na micro-colônia de Blumenau, às margens do rio Itajaí-Mirim, no nosso “Brasil brasileiro”, como insistiu Ary Barroso no seu monumental Aquarela do Brasil.
O primeiro passo da caminhada, aliás, foi dado na década de 80 do século passado, com a largada para a grande corrida que teria vitória brasileira e com tanta antecipação, que até hoje, mais de 30 anos depois, milhares entre as mais inteligentes cabeças do mundo não conseguiram chegar nas vizinhanças de onde chegou a OMNITECH – Serviços de Tecnologia e Marketing, que primeiro localizou o segredo, o eixo registro do voto, a seguir definiu a utilidade da máquina e, depois, criou o coletor das alternativas para tornar eletrônico e automático o processo de votação.
À época, tratava-se, apenas, da possibilidade de uma decolagem, ainda que com ares de invento único e bilionário.
No último ano da década de 80, a Justiça Eleitoral de Brusque deu passos importantes – com o apoio da Entidade Federal; na verdade, Santa Catarina nunca deixou de acreditar: ali estaria a grande invenção que o mundo inteiro talvez imaginasse necessária, mas ninguém, até ali, julgava possível existisse.
A diferença entre demanda e possibilidade de criar atravessou uma década de estudos, quem sabe bafejada pela torcida de muitos, graças ao retorno da normalidade política, o que fez antever novas conquistas para um país que estava à margem delas; falo de eleições, claro.
O certo é que a partir dos primeiros anos da década de 90, o TSE aprovou aperfeiçoamentos na invenção de uma nova empresa brasileira, a OMNITECH, já citada nesta matéria, o que passou a movimentar – com saudável expectativa – a segunda razão de ser da empresa, que até ali apenas consistia uma fatia de suas especialidades – o marketing.
A eleição de 1996 foi decisiva para os catarinenses: nada menos de 50 municípios brasileiros foram contatados e participaram das eleições utilizando a urna eletrônica, o que acabou tendo um retorno positivo e alentador.
A partir daí, as graças do segmento eleitoral em todo o universo aconteceram no Brasil e a falta delas correu mundo, mas em especial, ganhou corpo nos Estados Unidos, onde na disputa da primeira eleição presidencial do século, houve duas recontagens de votos na totalidade dos estados americanos do norte. Enquanto, no Brasil, a calma e a segurança garantiram um clima que muito ajudou para continuarmos a ser o único país onde o voto eletrônico foi desenvolvido e exercido. Detalhe: sempre com a presença de autoridades dos mais importantes países do planeta, aqui presentes para assistir, ao vivo, nosso show de democracia, tendo como destaque a urna eletrônica, criação brasileira.
Neste 2014, é possível que mais de 140 milhões de eleitores votem na urna eletrônica brasileira, o que resultará na menor rejeição da política no planeta e em um prazo máximo de menos de meio dia para se concretizar toda a apuração dos votos digitados nas urnas.
Você quer ainda mais informações?
Então, “Brusque”!