A cada dois anos e a esta altura do calendário, o Brasil vive a recorrente temporada das Pesquisas Eleitorais, necessárias para abastecer discursos e programas partidários.
Assim escrevo porque assim é, muito embora a cada dia fique mais provado que a opinião do eleitor (habitante) deveria ser buscada de maneira permanente, o que, de imediato, eliminaria o “pré-conceito” de que as pesquisas servem para “balizar procedimentos nas eleições” nada mais.
A fase “pós-ditadura”, no Brasil, serviu desde o início para que cada brasileiro pudesse valorizar como é bom ser “dono do seu nariz” e responsável por suas idas e vindas, garantidas pela Constituição.
Ora, ora, quem tem nariz gosta de cheirar o que anda à sua volta, especialmente onde se localiza tudo o que de bom possa ajudá-lo na procura de uma melhor qualidade de vida.
Pronto, procurar é uma atividade que necessita ser objetiva e verdadeira.
Nada melhor que uma pesquisa para recomendar qual o melhor caminho para agradar quem vai exercer o Direito do Voto, não é mesmo?
Acostumadas a esse fascinante Direito, as pesquisas bem formatadas entregam aos demandantes (candidatos à eleição) todos os ingredientes já descascados, lavados e aptos ao consumo. Lidas por um médico, mostrariam como se poderia fazer uma Saúde melhor; com elas em mãos, um economista ensinaria o caminho recomendável para multiplicar o dinheiro de seus clientes; e um Administrador de Empresas, se de um restaurante se tratar, saberá recomendar o melhor para os acepipes a serem servidos aos seus comensais.
As Pesquisas Eleitorais servem para que os políticos as leiam e tomem providências quanto às carências (necessidades) de municípios, estados ou países, utilizando seus melhores ouvidos (jeito de dizer) para devolver da melhor forma possível, às pesquisas, aquilo que elas possibilitariam: o Direito de exercer o que o voto autorizou.
Saiba você, leitor(a), que no mesmo papel, com as mesmas informações e com o idêntico desejo de fazer o melhor – com o qual as pesquisas são feitas – abastecem-se os políticos, em especial os administradores públicos, que são os Prefeitos, Governadores e Presidentes e também os Vereadores, Deputados e Senadores, autores das Leis que regem o país.
A mesma pesquisa que foi orientada para mostrar os melhores argumentos na conquista do voto, ao ser determinada a faixa etária média dos desempregados regionais (informação que normalmente uma boa pesquisa fornece) ali está o caminho para chegar ao tipo de empresa e porte (micro, pequena, média ou grande) e até a sua viabilidade no município, se acaso ela ainda não existir ali.
Uma outra que aponte os percentuais de eleitores estreantes, pode definir iniciativas que sirvam para abrir novos caminhos a quem está na busca do 1º emprego, o que também serve para pautar a atenção dos disputantes ao voto.
O que não se encontra nas chamadas Pesquisas Políticas, é como se faz para criar uma CPI, qual o jeito mais indicado para aumentar o próprio salário, qual é a forma usada atualmente para praticar o nepotismo, o segredo de estar sempre presente nas viagens internacionais – com tudo pago – e, por fim, como utilizar verbas para hospedagem e alimentação quando o político tem residência a poucos quilômetros do local que está visitando.
Essas Pesquisas Políticas… quanto se pode aprender com elas, não é mesmo?