Só na região do Oceano Pacífico, 180 milhões de km² entre a Ásia. a Austrália, a América e a Antártida (ou seja, dentro dele o Brasil cabe vinte vezes) ocorrem cerca de 210 mil terremotos por ano, de todas as intensidades, provocados por movimentação de placas tectônicas ou vulcanismo (os mais devastadores).
No planeta inteiro, são registrados mais de 300 mil terremotos/ano, alguns dos quais com índices superiores a 7,0º na escala Richter (de 1º a 10º), sendo que tão importante quanto a escala para se saber a magnitude do terremoto é o epicentro dele.
Quando ocorreu no Chile, em 1906, nas proximidades das cidades de Valdívia e Concepcion, com intensidade 9,5º na escala Richter (o maior de todos) atingiu diferentes partes da Terra, só para citar algumas, Japão e Havaí, entre dezenas de outros estados e países.
Cerca de 3 mil pessoas morreram e mais de 2 milhões ficaram feridas pela catástrofe. O Chile, cortado pela divisão de duas placas tectônicas, – Nazda e a Placa Sulamericana – é suscetível a catástrofes desse tipo e, em decorrência, também o são cidades e locais situados na mesma latitude.
Entre os terremotos que ainda estarão no caminho da humanidade, certamente consta o da Falha de San Andréas (Santo André), na Califórnia (EUA); a Falha de San Andréas prolonga-se por 1.300 km no interior da Califórnia e é famosa por produzir terremotos devastadores, como o de San Francisco, em 1906, que destruiu a cidade e o de 1989, com magnitude de 7,1º na escala Richter, causador de 63 mortes.
Em 1.650 A.C., ocorreu uma violenta erupção vulcânica na ilha grega de Santorini, formando um tsunami que teria formado ondas entre 100 e 150 metros de altura, eliminando a grande maioria da população que habitava ao norte da ilha de Creta.
Já bem mais perto de nossos dias, 1883, a explosão da ilha-vulcão de Krakatoa, na Indonésia, gerou ondas de quase 50 metros de altura ao longo do Pacífico e do Índico, e também na Costa Ocidental dos Estados Unidos, na América do Sul, nas imediações do Canal da Mancha e nas costas das ilhas de Java e Sumatra, influenciando a população a abandonar a região costeira e retornar ao interior.
Nos últimos anos, todos os tsunamis que acompanhamos via TV ou pela mídia impressa, foram causados por tectonismo, ou seja, acomodação de placas tectônicas.
Neste último caso, quando a força exercida no encontro das placas é muito grande, a energia liberada chega à superfície em forma de terremotos ou maremotos. No caso de movimentação de placas em regiões suboceânicas, formam-se os tsunamis.
Mas por quê não há, felizmente, terremotos expressivos no Brasil?
Há décadas, o Brasil sofre pequenos tremores de terra (abalos sísmicos), de grau 3,0 a 5,6 na escala Richter, mas quase nunca fatais ou preocupantes. Houve um caso fatal na cidade mineira de Itacarambi, tendo ocorrido também tremores leves em São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso, Ceará, Amazonas e Rio Grande do Norte.
Ocorre que nosso país está praticamente livre de abalos, terremotos ou tsunamis, por se encontrar situado no meio de uma placa tectônica e não no encontro de duas placas, caso do Chile e da Califórnia, por exemplo, o que o torna pouco suscetível à ocorrência de terremotos.
O detalhe é que não tenho visto ou ouvido referências sobre a grande vantagem que é sofrer praticamente nada de abalos ou terremotos – caso do Brasil – em um mundo que todos os dias é vitimado por milhares deles, de todas as dimensões.
Viajar pelo mundo, contando vantagens reais, como a de um número mínimo de terremotos sofridos pelo país: aí está algo que poderia ser apresentado como justificativa para uma viagem a trabalho ou de negócios.
Ninguém, muito menos a Natureza, ousaria reclamar.
Como diria meu avô: “quem fala a verdade, não merece castigo”!