“O tempo passa, o tempo voa… mas a gente sem sempre fica numa boa!”. Mais que uma paródia do comercial do Bamerindus – que marcou época– trata-se do resumo do que eu e Cármen sentimos agora. Na terça-feira, no voo das 20h, Henrique Nunes Jasper, nosso piá de 23 anos abandonou o ninho para fixar residência em Brasília, onde atuará no Ministério da Cidadania.
Comparações são inevitáveis. Lembro quando deixei a pequena Arroio do Meio para encarar a assustadora Porto Alegre. Aos 17 anos, ouvia que havia muitos assaltantes, prostitutas e motoristas de táxi que “voavam” pelas ruas. Casei, formei família. Foi uma decisão acertada.
Esta etapa da trajetória do Henrique era prevista. Jornalista, fluente em inglês, bem relacionado, craque nas redes sociais e disposto a aprender, o guri colou grau em janeiro e os convites surgiram. Aos 18 anos, foi estagiário da Rádio Gaúcha, depois na Rádio Bandeirantes. Em outubro participou da exitosa campanha do deputado Sebastião Melo e atuou na Agência Euro de publicidade, com diversas funções.
Eu e o ‘monstrinho” – apelido carinhoso dos amigos por ser filho do “monstro” – temos uma longa cumplicidade. De saídas para jantar, tomar cerveja artesanal e falar da vida, até o churras que ele prepara com maestria na grelha, passando pelas idas ao Beira-Rio. Foi inesquecível a nossa jornada na Libertadores 2006, quando o Inter foi campeão e assistimos a todos os jogos. Depois, comemoramos juntos o Mundial FIFA na Avenida Goethe, tradicional ponto de comemorações de Porto Alegre.
O mundo é dos destemidos, daqueles que
fazem do desafio combustível para vencer
Aprendi muito com Henrique. Ele foi o porta-voz quando as gurias da casa não aguentavam meu mau humor. Henrique enche a casa de ruidosos amigos – quase todos jornalistas – para devorar nacos de vazio e costela suína, além de esvaziar o frigobar e a cervejeira e, degustar bons vinhos.
Do guri, que nos obrigava a fazer promessas para que passasse de ano, Henrique “encontrou seu ritmo” – como prometia a orientadora educacional Isabel Kern, do Colégio Pastor Dohms – e superou fácil a faculdade. As ex-namoradas ficam para trás. Agora é bola pra frente na capital projetada por Niemeyer, que acolhe brasileiros de todos os quadrantes.
Henrique foi, por inúmeras vezes, ombro amigo para desabafos. A Cármen diz que ele é “cópia fiel do pai”: mesmos trejeitos, ironias, respostas na ponta da língua e agilidade mental. Chegar em casa e não o ver no sofá, ruminando palavras ininteligíveis, com o controle remoto do videogame em punho agora é passado.
Uma nova vida se descortina. Henrique: vais conhecer todo o país, aos 23 anos! Vivenciará novas realidades e enriquecerá teu currículo com algo muito valioso: a convivência com seres humanos de vários estados, costumes e sotaques.
Ficaremos com aqui, torcendo com a Laura, nossa Princesa Lála, que será filha única, dona de todas as nossas (merecidas) atenções! Voa, Henrique. O mundo é dos destemidos, dos que fazem do desafio, combustível para conquistar, vencer, amar e realizar!
Beijo grande, meu melhor amigo!