O prefeito de Pouso Novo Moacir Severgnini é formado em Direito desde 2016. À frente do município desde janeiro, entende que não há muitas semelhanças entre o cargo de prefeito e a profissão de advogado. No entanto, percebe que há proximidade no objeto de trabalho do advogado e do gestor público municipal, que são as legislações. “Falo isso pensando em meu dia a dia, devendo cumprir minhas ações de forma legal, ou seja, de acordo com a lei, ou ainda, propor que sejam criadas leis que regulamentem esta situação ou aquela, a fim de promover uma política clara e justa”, declara.
Para ele, há uma grande diferença entre ser cidadão e ser gestor público. “O cidadão pode realizar tudo o que não é vedado por lei, e o gestor público só pode realizar o que a lei permite. O trabalho do advogado, creio que se enquadra, entre outros fatores, em garantir que sejam aplicadas essa distinção em nossa sociedade”.
A formação em Direito contribui muito para as atividades enquanto gestor público, avalia. “A partir dos meus conhecimentos possuo maior clareza em relação aos meus atos, trabalhando sempre sobre alicerces sólidos, unindo as possibilidades às necessidades de minha comunidade”, observa. Ele salienta que, tratando de direito administrativo, ainda tem muito a aprender, mas a experiência como gestor, possibilitando esse entrosamento entre a teoria e a prática, vem lhe propiciando um vasto campo de aprendizados, que de outra forma não seriam possíveis.
Questionado sobre o que comumente se chama de burocracia, o prefeito e advogado lembra que o setor público somente pode realizar o que a lei permite. “Pensando na sociedade atual e em tudo o que nós, cidadãos, estamos tendo o desprazer de observar, acredito que certa ‘burocracia’, em muitos casos, acaba por se tornar essencial, para que haja o máximo possível de controle sobre as ações desenvolvidas pelo setor público. Creio que, se contássemos com um sistema amplo, capaz de comportar as demandas existentes, as questões hoje chamadas de ‘burocracia’ passariam a ser chamadas de ‘rotina’ e seriam vistas como uma forma de garantia para todos os cidadãos que o setor público estaria de fato trabalhando para cada um de forma justa”.