A previsão do tempo para Arroio do Meio e região aponta, para os próximos dias, o retorno da umidade e, com isso, possibilidade de pancadas de chuva. E também dias de calor. Após um feriadão de Carnaval com temperaturas amenas em todo o estado do Rio Grande do Sul, a chuva volta a dar as caras. É o que explica o observador meteorológico da Serra do Botucaraí, mas que atende o Rio Grande do Sul, Paulo Henrique Pinheiro, mais conhecido como PH.
“A previsão para os próximos dias, mostra um tempo com bastante humidade presente, com chances de chuvas a partir de sexta-feira, sábado, domingo até o fim do mês. Depois diminui a chuva e volta a partir de dois de março de novo. Vai retornar essa umidade com chuvas variadas e linhas de instabilidade provocadas pelo calor e pela umidade”, destaca.
Em relação às temperaturas, as mínimas devem ficar entre 18 e 21 graus e as máximas entre 33 e 36 graus. “Em Arroio do Meio e região, as temperaturas mínimas não ficam tão baixas no verão pela posição em relação ao nível do mar. No município, é sempre quente, inclusive de noite. Estamos saindo do fenômeno La Niña e a tendência é de aumentar as chuvas agora nos próximos meses, mudando o padrão atmosférico, inclusive depois da primavera”, cita PH
De acordo com ele, o frio que chegou em Arroio do Meio atípico para a época, assim como para outras regiões do Estado, não significa que o período de inverno deva chegar mais cedo. “O que houve é que avançou uma bolha na massa de ar frio, fez um minuano atípico e entrou um ar frio. A chegada do inverno mais cedo ou não depende de uma outra dinâmica das massas de ar a cada ano é diferente.”
ESTIAGEM
Sobre a estiagem que afeta municípios do Rio Grande do SUL, PH observa que ocorre em função de chuvas irregulares nas regiões gaúchas. “É muito difícil ter chuva parelha no verão. É raro chover em todo o estado no período, por isso, ocorre a estiagem. As chuvas acabam sendo localizadas e irregulares.”
Com relação ao assunto, segundo informações da Agência Brasil, uma comitiva de ministros do governo federal visitou, nessa semana, a cidade de Hulha Negra, na fronteira com o Uruguai. A região é uma das mais castigadas pela estiagem que afeta 400 municípios no estado pela terceira safra consecutiva.
Em entrevista à Agência Brasil, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, disse que, dos municípios atingidos, 28 já apresentaram o seu plano de prioridades. Para atender a esses municípios, foram disponibilizados R$ 6,4 milhões. Os recursos estão sendo utilizados para liberação de carros-pipas e compra de cestas básicas.
As maiores perdas afetam as culturas de soja e milho, ambas fundamentais para a economia do município. Também há comprometimento da produção de mel e prejuízos na pecuária de leite. Os impactos atingem pelo menos 1,2 mil propriedades rurais, sendo que mais de 800 são pequenas e estão em assentamentos.
Segundo o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o prejuízo estimado é de quase R$ 5 milhões na pecuária de leite e de corte. Somados os danos nas lavouras, o impacto econômico ultrapassa R$ 38 milhões. Ainda segundo a Emater, somente na soja, as perdas já alcançam 40% na produção de Hulha Negra. Devem ser anunciadas medidas de auxílio como crédito emergencial para pequenos e médios produtores.
DADOS DE ARROIO DO MEIO
Quando o assunto é Arroio do Meio em relação ao nível do mar, o município está em uma região mais baixa. Segundo PH, a altitude na cidade fica entre 30/40/50 metros. “Os pontos mais baixos têm 16 metros acima do nível do mar, por isso que é tão quente nos dias de verão em Arroio do Meio e região pela questão da altitude. Nas baixadas faz mais calor e na Serra menos, pois o ar frio fica acima da Serra.”
O observador meteorológico também lembra que a forte umidade que afeta os municípios com níveis mais baixos também traz uma sensação de mais calor. A partir das análises sobre o tempo, ele considera Arroio do Meio um dos municípios mais quentes do Estado, assim como Lajeado, Roca Sales, Teutônia, Encantado e Venâncio Aires.
“Esse fluxo de umidade é sempre constante o que aumenta a sensação de calor. Por exemplo, se compararmos com o calor de Uruguaiana lá é seco, aqui é úmido e com a umidade demais o corpo não transpira e por isso que parece ser mais quente em comparação com outras regiões. As temperaturas aqui também sobem por causa da altitude muito baixa e atuação do ar quente que chega aqui. O mar é regulador de temperaturas, quando mais para dentro do continente mais frio de noite. Nas baixadas, o calor fica estagnado.” Quanto maior for a altitude, mais baixas as temperaturas, pois a cada 160/180 metros diminui um grau a temperatura.