Já perdi a conta de quantas vezes participei da posse dos deputados estaduais. Na última terça-feira (31 de janeiro) estive mais uma vez nas dependências da Assembleia Legislativa para cumprir uma tarefa profissional e, ao mesmo tempo, rever com alegrias velhos amigos, reencontrar parlamentares e ex-deputados. Todas as dependências do Palácio Farroupilha estavam lotadas. Filas intermináveis contornavam os pilares do andar térreo para acessar os elevadores. O Teatro Dante Barone também estava completamente tomado.
Apesar do descrédito e da demonização da atividade política é sempre importante destacar que o Parlamento é resultado da livre escolha dos rio-grandenses. Gostando ou não é lá que representantes dos principais segmentos têm assento. E, o mais importante: a cada quatro anos todos nós temos o poder de ratificar ou cancelar esta verdadeira procuração conferida nas urnas, através do voto. Somente no Executivo temos prerrogativa semelhante. Já no Poder Judiciário, os cargos são vitalícios, obtidos por concurso, sendo rara a cassação de um de seus integrantes.
Daqui a quatro anos poderemos consagrar nossos
representantes através do voto popular
Por alguns dias tivemos representantes na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. Acima de siglas ou ideologias, Sidnei Eckert e Márcia Scherer colocaram Arroio do Meio no mapa e nos anais destas casas legislativas, assim como Antonino Fornari ou Guido Moesch, que nasceu no hoje município de Travesseiro.
Pode parecer pouco este pequeno período no exercício do mandato. Mas é uma amostra da força que temos. Falta, apenas, coordenar nosso poder para eleger representantes titulares para lutar por nossas reivindicações. O Vale do Taquari, com seus quase 40 municípios, é exemplo de trabalho, pujança, geração de riquezas e criatividade para driblar as crises permanentes que assolam o país. É inadmissível que não consigamos escolher e eleger nomes capazes de alcançar um mandato titular na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal.
Voltando à cerimônia de posse dos deputados estaduais, o evento se reveste de grande expectativa daqueles que debutam na atividade parlamentar. Certamente terão decepções, desilusões e tristezas porque a vontade de fazer é grande, mas os recursos são escassos, os meios para realizar mudanças são burocráticos e os processos penosos.
Mesmo assim, há de se fazer muitas coisas, apesar das dificuldades. E quem sabe, daqui a quatro anos poderemos homenagear nossos representantes. Eleitos e consagrados pelo voto popular, democrático e universal.