Reportagem: Solano Link
O sol escaldante e a temperatura próxima dos 40 graus registrada nesta semana fez muitas pessoas se queixarem de exaustão em decorrência mormaço. E se estava quente para quem trabalha protegido dos raios solares e em ambientes climatizados, para quem precisou ficar mais exposto, a sensação térmica chegou próxima aos 50 graus.
É o caso dos calceteiros, profissionais responsáveis pela colocação de paralelepípedos nas vias urbanas, Joner André Kolzer, 47 anos e João Carlos da Silva, 45 anos, moradores do Centro. No momento a dupla está executando a pavimentação da rua Alfonso Schneiders, na Barra do Forqueta.
Segundo eles, suportar o calor e os raios solares é uma questão de condicionamento físico e adaptação da pele. “A maioria dos calceteiros não passa protetor porque a poeira gruda com mais facilidade e traz um desconforto. Mas o sol não queima tanto, se a exposição ocorre de maneira gradativa e não repentina. Nos hidratamos bastante e fizemos intervalos para descansar. Quando é muito quente só trabalhamos pela manhã, começamos antes das 6h. Apesar do calor, a sensação de liberdade de trabalhar na rua é maior que em outros ambientes ”, compara Joner, que já teve experiências em fábricas.
Por dia, em média, cada profissional consegue coloca mais de 30 metros quadrados de paralelepípedos. “Às vezes se ultrapassa de 50 metros quadrados. O valor pago por metro é de R$ 7. A remuneração semanal varia entre R$ 800 e R$ 1,3 mil. No inverno a chuva e os dias mais curtos atrapalham o rendimento, além disso o uso de luvas e mais roupas diminuem a eficiência”, expõem.
Outras profissões no segmento de asfaltamento também são exaustivas. Na construção civil, os profissionais, quando têm a possibilidade, acabam dando preferências para obras na parte interna das edificações ontem há telhado. Já os agricultores precisam aproveitar ao máximo os dias de tempo firme para garantir a safra. Com o advento de tratores e bem feitorias mais modernas com iluminação 24h e climatização, muitos estão adequando a rotina, evitando a exaustão.
DOENÇA SILENCIOSA
O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém seus números são muito altos.
De acordo com o médico Vinícius Azevedo Spironello, responsável pela ESF Rui Barbosa, os principais cânceres de pele são o Carcinoma Basocelular, Carcinoma Espinocelular e o Melanoma. As causas são multifatoriais, que envolvem desde a exposição solar, fototipo, hábitos, genética e histórico familiar.
O Carcinoma Basocelular apresenta um nódulo com lesão perolada. O Carcinoma Espinocelular tem várias formas apresentação, desde a simetria com bordas irregulares mais de uma cor, diâmetro maior de 6mm e crescimento progressivo das células escamosos da pele.
Já o melanoma costuma se manifestar como uma pinta escura, assimétrica, com bordas irregulares e múltiplas cores (tons de preto, castanho, vermelho, cinza ou azul). Nas fases iniciais não apresentam nenhum sintoma. Já nas mais avançadas, podem surgir sintomas como coceira ou sangramento.
Em todos os casos são orientadas a realização de dermatocospia, que permite uma análise mais profunda e técnica para diferenciar casos benignos e malignos. “Podem causar a morte, pois por meio da metástase, se espalham para outros órgãos e regiões do corpo”, alerta.
Como prevenção o médico sugere a população consultas e exames de rotina na especialidade de dermatologia, além dermatologista e além prestar atenção em manchinhas no corpo para diagnósticos precoces. Também recomenda o uso diário de protetor solar fator 30 nas áreas foto expostas. “Pelos menos a quantia de uma colher de chá no rosto e pescoço”, orienta Spironello que está cursando especialização na área de dermatologia.
MAIS DE 1,4 MIL ATENDIMENTOS EM 2022
De acordo com o assessor de departamento da Secretaria de Saúde de Arroio do Meio, Renato Antônio Schmidt, em 2022 foram 1466 atendimentos dermatológicos, sendo 659 no Posto de Saúde Central e 807 na ESF Aimoré. Estes atendimentos resultaram em 124 biópsias que confirmaram 78 casos de neoplasia (câncer de pele). “Em algumas das biópsias todo tumor foi extraído, apenas encaminhado para confirmação laboratoriais. Em outras apenas parte, para investigação de gravidade”, revela.