Lucila Maria Petry trabalha desde 1997 na agricultura familiar ao lado do esposo Ivo no Bairro Rui Barbosa em Arroio do Meio. Participa da feira do produtor rural no município há oito anos nas manhãs de sábado e na de Lajeado desde o ano passado nas segundas-feiras e nas quintas-feiras.
A família trabalha na produção orgânica com legumes e verduras e com agroindústria de ‘schmier’, geleia, compotas e doces para a região. Para ela, atuar no setor permite conhecer novas pessoas, fazer novas amizades e fechar bons negócios, pois a feira já é tradicional para a família. Tudo começou após o casamento; antes, ela e Ivo tinham outras atividades.
“Inicialmente, apenas plantávamos para a família, porque queríamos consumir alimentos mais saudáveis e sem agrotóxicos. O pessoal da Emater nos convidou para participar de uma reunião em Arroio do Meio. A partir daí, comecei com ovos coloniais e depois com a horta. Tudo que pensamos que poderia dar retorno começamos a plantar para comercializar. É uma atividade diferente e que faz bem, considero como uma terapia. Mexer com a terra é algo muito saudável.”
Além de trabalhar nas feiras, os produtos também são comercializados na residência de Lucila para os clientes por encomenda. A família ainda repassa parte da produção para merenda escolar. “Já estou com 61 anos e meu esposo com 73, por isso, já não podemos mais trabalhar tão peso e aumentar tanto a demanda.”
Para ela, a agricultura familiar é um dos pontos importantes para o desenvolvimento do município, principalmente, para a questão do fornecimento dos produtos para o preparo dos alimentos nas escolas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). “A parceria com a prefeitura é uma questão muito segura para nós”, destaca Lucila que também marca presença nos encontros das mulheres rurais alusivos ao 8 de Março e Mês da Mulher.
Lucila acredita que a participação de mais produtores para a agricultura familiar no município e região iria trazer maior crescimento ao setor. “Teríamos que ter mais famílias interessadas em querer plantar, porque o mercado procura muito os produtos locais e orgânicos.” Outra questão que ela cita que também poderia agregar para área, é o investimento em irrigação por meio de parcerias com o Poder Público e instituições ligadas com a agricultura.
Empreender pelo setor também é sinônimo de ajudar entidades. Conforme Lucila, sobras de verduras são repassadas para a Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) em Lajeado e para o Hospital São José de Arroio do Meio.
Créditos: Carolina Schmidt