Em 1872, pisaram em terras forquetenses os primeiros imigrantes alemães, vindos da região sudoeste da Alemanha. A grande maioria vivia nos estados de Rheinland-Pfalz (Renânia-Palatinado) e Saarland (Sarre). Vieram ao Brasil em busca de oportunidades e em Forqueta encontraram uma terra boa para começar a comunidade que segue firme, forte e unida até os dias de hoje.
Paulo Alécio Weizenmann, ex-vereador de Arroio do Meio e professor aposentado, conta toda essa história, desde os primórdios, nas 433 páginas do seu novo livro “Forqueta Nosso Paraíso”. A obra será lançada no dia 17 de março, sexta-feira, na sede do Clube Forquetense, a partir das 20h.
Há anos, Paulo Alécio pensava em escrever um livro sobre a terra que tanto ama. Escutava histórias que seu pai contava sobre Forqueta e seus moradores e anotava tudo em folhas de papel, que eram guardadas em um cesto. Trinta e cinco anos depois resolveu tirar a poeira dos registros e começou a organizar as ideias para a produção do livro.
Ouviu relatos de moradores do distrito, fez pesquisas em bibliotecas de São Leopoldo e Novo Hamburgo e até viajou com a esposa Isoldi Warken para conhecer a região da Alemanha de onde vieram os primeiros imigrantes para cá. Recebia, desde a época em que era vereador, nos anos 90 e início dos anos 2000, inúmeras fotos e registros feitos por pessoas da comunidade.
No início da pandemia da Covid-19, em 2020, então finalmente o projeto do livro começou a ganhar forma. Com a ajuda da filha Cristina, foram organizando as anotações, as cópias de livros de história, os relatos e as mais de 200 fotos presentes no livro. Foi feito um resgate das antigas construções, comércios e entidades da localidade. Além dos registros das igrejas, escolas, famílias e histórias, desde os anos 1870 até hoje.
O livro tem passagens em alemão, como orações e poesias, todas com a tradução para o português. Inclusive, após o lançamento, o livro deverá ganhar uma tradução completa para o alemão, através de dois professores da Alemanha que pretendem lançar a obra no país europeu.
Escrito à mão
Paulo Alécio escreveu todo o livro com lápis e caneta. “A escrita à mão para mim tem uma ligação com o coração, cada coisa que eu escrevia tinha sentimento, então se eu digitasse não seria a mesma coisa”, conta. A digitação foi feita posteriormente pela filha Cristina.
Paulo Alécio é formado em Geografia, História e Educação Física. Lecionou em Porto Alegre, Passo Fundo, Lajeado e Arroio do Meio. Foi diretor por nove anos da Escola Estadual de Ensino Médio Guararapes, a partir de 1996. Por 14 anos e três mandatos, foi vereador de Arroio do Meio e também foi candidato a vice-prefeito do município. Aposentou-se um pouco antes da pandemia e então começou a dedicar o tempo livre para a escrita do livro.
“Agora Forqueta não pode se queixar que não tem a sua história registrada”, ele comenta de forma bem-humorada. “Eu queria desde sempre escrever esse livro, porque meu coração é forquetense”, orgulha-se da obra, que terá 450 exemplares impressos. “Tenho uma paixão pela minha terra, Forqueta é tudo de bom”, finaliza.
Apresentações e janta
Na noite do dia 17, haverá um projetor de vídeo, em que passarão fotos, poesias, imagens aéreas de Forqueta e registros presentes no livro, a partir das 20h. Será feita uma explanação da obra. Paulo Alécio e a família, junto da comunidade, cantarão músicas e declamarão poesias. Após o lançamento do livro, será servida uma galinhada pelo valor de R$ 30. É necessário confirmar a janta antecipadamente, pelos fones (51) 999944760, com Isoldi, ou (51) 989260124, com Sérgio.