Recebo com muita tristeza a proibição, por parte da esfera política federal, sobre a proibição do funcionamento das escolas cívico-militares. Tantas coisas para mexer, fechar; mas não vão lá e mexem em algo que dizem ser do outro governo e- que diga-se de passagem- está dando certo. Tanto é que existem no Rio Grande do Sul as escolas mantidas pelo Exército Brasileiro e as outra pela Brigada, ambas têm esse modelo cívico militar em sua essência, qual seja, uma formação voltada ao senso crítico e valores que contribuem para a formação de um jovem com responsabilidades na sociedade. Além disso, vale ressaltas que as escolas, aqui no nosso estado, figuram sempre nas primeiras colocações, como Enem. Em educação as coisas não podem ser via decreto. Tem que escutar, analisar e ver de perto.
Tomei conhecimento desse modelo de escola, na época que fui Secretária de Educação do município de Encantado, na gestão do falecido Adroaldo Conzatti. Lemos muito a respeito, fomos conhecer algumas cidades que tinham implantado o modelo. Quero ressaltar que é diferente da famosa e tradicional Escola Tiradentes, de Porto Alegre, mas os valores e os objetivos são muito parecidos. A disciplina é uma palavra-chave e os alunos são educados a cuidar do patrimônio, conhecer os símbolos do país, e em sala de aula predomina muito o respeito. Uma figura que faz toda a diferença é a presença de um monitor que pode ser um soldado da reserva, ou alguém do Exercito e fora da sala de aula dá as coordenadas para a manutenção da ordem, do zelo pelo patrimônio e valores de cidadania. Tanto que essas escolas, muitas vezes são sugeridas para lugares com vulnerabilidade social.
Poderia ficar discorrendo laudas e laudas sobre ao assunto, mas vou ter que resumir ao máximo e me fazer entender. Numa escola cívico-militar, então, há a presença de um militar-que pode, inclusive não estar mais na ativa para representar aquela pessoa que cuida do pátio, da entrada e saída dos alunos e, especialmente, as tradicionais filas para entrar e esperar o professor dentro da sala de maneira cordial e calma. O hino é entoado todos os dias e a escola é cuidada pelos alunos, tendo também como ideias a horta no espaço escolar que alimenta os próprios alunos.
O uniforme também chama atenção nessas escolas. Todos os alunos uniformizados e muitas vezes acontece por meio de parcerias público-privadas. E, lembro que na época, o que chamou nossa atenção foi justamente isso, pois a ideia (que infelizmente por lá não vingou) é uma escola assim em bairros de maior vulnerabilidade social para que não haja preconceitos de raça, gênero, roupa e afins. E que a segurança predomine, ainda mais nos tempos atuais de chacinas e afins.
Vimos muitas dessas escolas com parcerias-público privadas com empresas, para que os filhos de seus funcionários estudassem lá e, dessa forma, a empresa patrocinava o uniforme e muitas delas também, no turno da tarde, ofereciam oficinas para que os alunos saíssem da escola já com uma formação profissional.
Os pais são livres para escolherem a escola e o modelo de escola que quiserem. Isso é livre; uma decisão de família. Quanto mais opções tiverem, melhor será. Escola é educação e educação é tudo; forma seres pensantes, educados e inteligentes. Não dá para mexer isso e nisso por política. Vamos conversar mais sobre escola cívico-militares. Tenho muito mais a comentar.