O acesso para veículos leves, carros e motos pela Ponte de Ferro sobre o rio Forqueta deve ser liberado neste fim de semana. Depois de um trabalho intenso liderado pela Construtora Lyall e parceiros nas duas últimas semanas, a estrutura metálica da reposição da parte que caiu foi executada pela Altari em Estrela. O transporte foi feito em duas etapas: uma na segunda-feira e outra na quarta e a montagem da parte do vão que caiu foi feita no próprio local. O içamento com o guindaste das estruturas está sendo feito pelo Guinchos Sansão. A colocação das madeiras custeadas em parte pelo Rotary Club Arroio do Meio, por recursos vindos do Rotary Club Ascurra/SC, finaliza parte física da obra, antes do teste de carga.
A liberação de pelo menos um acesso para Lajeado, fora da alternativa de passadeiras está trazendo um alívio e conforto, para quem se locomovia de carro para ir trabalhar entre as duas cidades ou para quem tinha que se deslocar para outros municípios do Vale ou capital do Estado, pela BR-386, para atividades laborais, tratamentos de saúde, estudo, negócios, passeio, compras, visitas a amigos e familiares. Porém, o que se prevê de antemão é que haverá um grande congestionamento, especialmente em horários de pico, o que trará novos transtornos e mantém a necessidade de construção de outra ponte ao lado como já existem dois projetos, além da ponte sobre a ERS-130. Os congestionamentos na travessia da Ponte de Ferro quando o fluxo era normal pela ponte na ERS-130 já eram expressivos, principalmente quando ocorria algum acidente. Desde a instalação das passadeiras, o estacionamento de veículos, nas proximidades da travessia dão uma dimensão do número pessoas que precisam se locomover diariamente.
O GARGALO PARA AS EMPRESAS
Além da necessidade de liberar o acesso para carros leves, é preciso destacar que a iniciativa não resolve a grande demanda pela qual passam as empresas que precisam buscar rotas de difícil acesso, mais longas, que não oferecem segurança para os motoristas, carga e o próprio veículo. Empresas como a Girando Sol, por exemplo, carrega ou descarrega diariamente 100 caminhões. Na Vale Log, circulam em média 130 caminhões de grande porte por dia. O mesmo ocorre com dezenas de outras empresas que precisam transportar mercadorias, produtos para a cadeia alimentar de pessoas e animais. Na retaguarda destas empresas de pequeno, médio e grande porte existem empregos que são essenciais para a recuperação e manutenção econômica dos municípios especialmente da região que envolve o lado de cá da ponte. Situação difícil também passa a população do município de Travesseiro que perdeu o acesso a Marques de Souza.
O VALE ESTÁ DIVIDIDO ENTRE PONTES
O empresário Gilmar Borscheid manifestou esta semana em suas redes sociais seus senti[1]mentos e visão, para com Arroio do Meio, Roca Sales, Encantado, Muçum, Colinas, Imigrante, Travesseiro, Capitão, Nova Bréscia, Coqueiro Baixo e outros, em relação à necessidade de acelerar e recompor os acessos e logística. Ele fez alguns questionamentos pontuais e que impõe vigilância, articulação e acompanhamento para defender os interesses de uma grande parte da população de municípios que foram severamente atingidos pela destruição do desastre climático. “Como vamos ter forças para passar 6,8, 12 meses sem ponte e acesso seguro e tranquilo para o resto do estado e Brasil? Como as pessoas que não tem carro vão fazer para vir trabalhar no lado de cá, e as pessoas sem carro do lado de cá, vão para o lado de lá? O Vale está dividido entre pontes. Me parece que alguns prefeitos de municípios da região alta do Vale ao se separarem da Associação dos Municípios, viram que o lado de cá está sozinho. Vejo que tinham razão”, desabafou. Digo que, ele não fala apenas por ele mesmo, mas pela visão de uma extensa cadeia de produção, essencial para que saiamos desta tragédia.