Os grupos de trabalho formados por líderes empresariais e políticos fizeram mais uma reunião na manhã de terça-feira em Arroio do Meio, com o objetivo de fundamentar propostas de ajustes para o novo modelo de concessão das rodovias e pedágios. Municípios estão pressionados para conseguir no menor tempo possível e querem mais tempo do Estado (três a quatro meses) para que possam avaliar o que está sendo proposto no complexo e extenso projeto uma vez que, batido o martelo, o contrato de concessão de 30 anos poderá “sangrar “ a economia do Vale do Taquari como um todo e nas particularidades de cada município. Se não forem feitas mudanças que estão sendo apontadas/ sugeridas como a redução do preço do pedágio de R$ 0,23 para R$ 0,14 e que haja investimentos ainda que diluídos em determinado espaço de tempo, os impactos econômicos e sociais serão muito grandes para toda a população a começar pelo desinteresse de empresas investirem na região principalmente pelo alto custo da logística e infraestrutura. O que é consenso entre as lideranças do Vale do Taquari é que há uma dívida do Estado com a região porque há 27 anos não são feitos investimentos. Entende-se que mais uma vez o Vale fará sua parte. Vai cooperar, mas quer um tratamento justo e receber investimentos pela sua participação social e econômica no desenvolvimento do Estado nas últimas décadas.
Parque Temático Gaúcho
A recomendação da suspensão das licenças concedidas ao empreendimento “Complexo Cultural Gaúcho”, localizado no Morro São José em Arroio do Meio, por parte do Ministério Público do Rio Grande do Sul, em despacho assinado pela promotora Virginia Lupattini no dia 20 de janeiro, trouxe novas preocupações em relação à viabilidade ou não do projeto. Diante das recomendações com adoção de medidas legais pertinentes para que o Decreto 2.480/2023 seja revogado, com eficácia suspensa ou anulada, falamos com o prefeito Sidnei Eckert esta semana que manifestou sua confiança no projeto e empreendedores. “Lá atrás se falava em investimento de R$ 50 milhões e atualmente em R$ 300 milhões, sendo que a iniciativa privada vai arcar com infraestrutura, luz, água, asfaltos e acessos até o local. Trata-se de uma obra que vai diferenciar Arroio do Meio. Temos que lembrar que a proposta de Arroio do Meio e dos proprietários é de um Parque Cultural Gaúcho e eles têm reafirmado que não haverá prejuízo para a natureza e que farão tudo de forma correta. Desta forma o Município de Arroio do Meio e pelo menos a grande maioria das pessoas é a favor. O Município como instituição não pode se posicionar contra ou a favor, mas cumprir a lei. E o Ministério Público está aguardando mais informações por parte dos empreendedores e com certeza eles nos próximos 30 dias vão conversar e apresentar a documentação para que o projeto possa ser aprovado pelo MP. Confiamos muito nos empreendedores.”
Luta pela anistia e julgamento justo
Em Arroio do Meio, o empresário Jorge Weizenmann é um dos defensores da anistia pelos atos de vandalismo ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Há várias semanas, aos sábados de manhã, na esquina da Praça Flores da Cunha, em Arroio do Meio, conversa com as pessoas sobre o assunto. Ele se considera também uma vítima, junto com a família porque sua esposa Fátima foi uma das presas pelo ato. Desde o dia 21 de janeiro de 2023, há dois anos, foi liberada, mas com tornozeleira eletrônica, com os direitos de ir e vir cerceados. Jorge diz que manterá o seu propósito de se manifestar na Praça até que haja uma solução, já que muitas pessoas nem lembram mais do que aconteceu e nem sabem do grande número de pessoas que foram injustiçadas. No dia 8 de janeiro, prédios dos Três Poderes foram depredados e sofreram atos de vandalismo e antidemocráticos e que um grande número de pessoas que foram incluídas nos inquéritos 4920, 4921,4922 ainda não foram julgadas e as condenações já feitas pelo STF implicaram em penas muito altas, como prisão de 17 anos ou mais, penas muito maiores ou equivalentes as concedidas a assassinos e corruptos que roubam milhões. Oficialmente existem 1552 ações penais no STF, sendo que 459 por crimes graves, 1093 por crimes simples. Além destas ações também tem muitos casos em investigação. Foram condenados 371 pessoas e 5 pessoas absolvidas. Houve 61 pedidos de extradição e 527 acordos foram homologados (acordos de não persecução penal).
Caravanas de todo o Estado em Arroio do Meio no Carnaval
Matéria das páginas 6 e 7 falam da 47ª Romaria da Terra que será realizada este ano em Arroio do Meio. Organizada por movimentos sociais ligados à Igreja Católica, mas de caráter ecumênico, a Romaria ocorre no dia 4 de março, Carnaval, e deve trazer para Arroio do Meio caravanas de toda a região e estado. Líderes da organização do evento estimam que poderão vir até 10 mil pessoas ao município, motivados e sensibilizados em torno do sofrimento da população local durante as enchentes de 2023 e 2024. Será um dia atípico no Centro da cidade, normalmente esvaziado por conta do Carnaval. Para atender os romeiros, funcionarão tendas com lanches organizados pela Paróquia e grupos envolvidos, mas certamente será uma oportunidade para padarias, lancherias ou restaurantes terem as portas abertas, sugere Lari Hoffstetter, um dos envolvidos na organização. Em 2024, a Romaria foi em Ipê, cidade que fica na Serra Gaúcha.
Alcolumbre e Motta: vitória do centrão e governista?
Davi Alcolumbre (União Brasil – AP) está de volta à presidência do Senado. O primeiro mandato foi no governo de Jair Bolsonaro (2019 -2021.) Em eleição que ocorreu no sábado passado, ele recebeu 73 dos 81 votos com apoio de senadores do PT ao PL. Os senadores da oposição concorreram com o Astronauta Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE) e obtiveram apenas o apoio de quatro senadores cada. Já na Câmara o eleito foi Hugo Motta (Republicanos – PB). Ele recebeu 444 votos, 87% dos 513 membros da Câmara. Dos concorrentes, Marcel Van Hattem (Novo-RS) (fez 837 votos em Arroio do Meio na eleição de 2022) recebeu 31 votos e Henrique Vieira (PSOL-RJ) recebeu 22 e dois votos foram em branco. Na Câmara, Marcel tem sido um dos opositores mais críticos e defende pautas conservadoras e da direita. Como daqui a dois anos teremos eleições presidenciais, à primeira vista pode parecer que foi uma derrota acachapante para a oposição e vitória para o Lula, principal candidato da esquerda, Luís Inácio Lula da Silva, que infelizmente não consegue entregar para o povo brasileiro o que prometeu em campanha, tanto que, sua aceitação política está à deriva, apesar de estar sendo vitaminado por parte da imprensa e institutos de pesquisas dirigidos. Pela Direita, embora inelegível, Jair Bolsonaro continua com sua popularidade em alta e é considerado por diferentes partidos da Direita ao Centrão o maior líder. Deputados e senadores da oposição que votaram em Alcolumbre e Motta o teriam feito por uma articulação maior e mais segura liderada pelo próprio grupo e orientação de Bolsonaro, já tendo em vista as eleições presidenciais, apostando na votação da reversão da inelegibilidade. Um dos pontos altos das eleições na Mesa Diretora da Câmara e do Senado é que as primeiras vice-presidências ficaram com o PL, o que confere um poder expressivo e além disto comissões como de Infraestrutura no Senado que terá influência na distribuição de emendas no período pré-eleitoral. ZUCCO – O deputado federal Luciano Zucco (PL-RS) assumiu no sábado a liderança de bancada pela oposição na Câmara dos Deputados. Na sua atuação em Brasília participou e liderou várias comissões e protagonizou como presidente da CPI – que tratava dos casos de invasão de terra pelo MST. Em entrevista que deu ao Jornal do Comércio, publicada na segunda- feira, disse que entre outras prioridades defende a anistia aos presos pelos atos do dia 8 de janeiro, avanço, melhorias e segurança na apuração de votos, defesa da liberdade de expressão, resposta mais ágil às demandas do RS, lembrando que “…o governo Lula debochou dos gaúchos, e os desrespeitou ao prometer milhares de casas e não entregar conforme promessa.”