Representando o Grupo Pró-Dragagem, o líder político André Vianini se manifestou na segunda-feira durante audiência pública que ocorreu na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, que reuniu grande número de líderes entre os quais deputados, prefeitos, vereadores, empresários, sugerindo que ainda deveria ter maior debate e prazo, apesar do governo ter encerrado o período de consulta pública para os pedágios do Bloco 2. “Depois de 30 anos arrecadando é de questionar por que não foram feitas obras de manutenção e duplicação. Agora, pelo novo modelo para os trechos que compreendem o Bloco 2, dos R$ 6,7 bilhões, previstos em investimentos, o governo estadual promete aportar R$ 1,3 bi, liberados pelo que consta pelo Funrigs – Fundo do Plano Rio Grande. Considerando que nosso estado ainda vive as consequências trágicas da enchente, se chama novamente a sociedade para pagar pelo investimento a ser feito nas rodovias que fazem parte destes municípios, em um prazo que, segundo está sendo informado pelo edital, será bem espaçado, sem uma garantia, uma vez que as obras estão distribuídas por um tempo muito grande (30 anos e que, segundo o edital, abrange 32 municípios – 17,5 % da população). “Calcula R$ 1,3 bilhão de aporte do governo, é pouco porque virá da dívida que o RS tem com a União e que está suspensa em uma negociação em função da enchente. Penso que se o governador tiver sensibilidade vai suspender este processo de concessão e deixar que seja discutido pelo próximo governo, já que no ano que vem teremos novas eleições,” disse Vianini. Outras lideranças se manifestaram na noite. O prefeito de Casca, Jurandi Perin, falou contra a imposição dos pedágios. “Essa história de que os pedágios trarão progresso é enganosa. Trarão estagnação e retração de investimentos.” O deputado estadual Paparico Bacchi (PL) (foto), que preside a Frente Parlamentar contra os pedágios, instalada terça-feira na Assembleia Legislativa no Programa de Concessões Rodoviárias do RS, chamou atenção para o fato de que o Brasil lidera no mundo, o índice de estradas pedagiadas, com 9,2% delas, enquanto a China, segunda no ranking tem 3,6% e os Estados Unidos apenas 0,1% de estradas pedagiadas. Alertou para os custos logísticos que os pedágios representam. Na Europa, os custos logísticos representam 6% do PIB; Nos Estados Unidos, 8% e no Brasil 18%. No Rio Grande do Sul já representam 21%. O apoio à criação da Frente Parlamentar teve voto favorável de deputados de diferentes partidos tanto de esquerda quanto direita. Ontem à noite, o assunto foi tema de reunião na casa de Rejane Kerbes, que lidera o Pró-Dragagem (iniciativa popular) mas pauta temas de interesse coletivo. Estiveram presentes pessoas de diferentes municípios.
Enchentes e indenizações – Quase um ano depois das enchentes do fim de abril e início de maio, muitas pessoas e empresas entraram na Justiça para cobrar indenizações por danos, traumas e prejuízos causados pelas enchentes. Porém, até que ponto em que circunstâncias a responsabilidade é da Prefeitura ou do Estado? Esta decisão ficará nas mãos de equipes técnicas de juízes. Os núcleos de trabalho foram criados pelo Tribunal de Justiça, para que estes juristas com bases técnicas possam analisar os processos. No total, já foram movidas 8,4 mil ações em razão das cheias, das quais, 6,2 mil são de reparações por danos morais, no RS.
O poder das narrativas – Vivemos em várias frentes, uma verdadeira guerra de narrativas. Usadas por quem tem habilidade de comunicação são narrativas para desfazer um adversário político, um colega, um concorrente… Que razões levam alguém a trabalhar nesta linha? Pode ser para omitir e fugir da própria responsabilidade, para se promover e consolidar ou ampliar poder, ao invés de trabalhar em projetos de resolução. Mas estas narrativas, que geralmente causam prejuízos à sociedade, têm mais ou menos poder dependendo do preparo, da compreensão e entendimento a quem são dirigidas. Ou seja: para não ser vítima de quem não é bem intencionado nas suas narrativas, principalmente no campo político, sempre é bom avaliar bem, não se basear em informações superficiais que não levam em conta um histórico e contexto.